Fim das Praias Cariocas? Estudo Alerta para Possível Desaparecimento de Copacabana e Ipanema até 2100
Modelagem avançada da Coppe/UFRJ projeta avanço do mar, redução das faixas de areia e ameaça direta à orla urbana do Rio; ecossistemas como os manguezais também estão sob risco.
Carlos André • Redação do Portal Hora da Notícia RJ
Publicação: 06/07/2025 • 17:00 • Atualização: 06/07/2025 • 18:24
Noticiário Carioca/ Fluminense > Estudos e Projeções
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Bairros como Copacabana estão entre os mais afetados pela elevação dos oceanos — Foto: Divulgação |
O futuro das praias mais famosas do Brasil — e mundialmente conhecidas — pode estar seriamente comprometido. Um estudo inédito do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ) aponta que Copacabana, Ipanema, Leblon e outras faixas litorâneas do Rio de Janeiro podem desaparecer ou sofrer uma drástica redução até o final deste século devido ao avanço do nível do mar.
A análise, publicada na prestigiada revista Natural Hazards, utilizou o sofisticado sistema ROMS (Regional Ocean Modeling System), aliado a um modelo digital de elevação terrestre. A modelagem regional indica que o mar pode subir até 69 centímetros até 2100, impactando diretamente áreas densamente urbanizadas que não oferecem espaço natural para o recuo da areia.
“O que está em jogo é muito mais do que paisagem. É identidade cultural, turismo, economia e segurança das populações costeiras”, afirma Raquel Toste, pesquisadora do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) e uma das autoras do estudo.
O QUE PODE ACONTECER: AS PROJEÇÕES ASSUSTADORAS
O estudo da Coppe destaca que bairros como Copacabana, Ipanema, Leme, Leblon, Flamengo e Botafogo devem sofrer redução drástica das praias e áreas de lazer. Isso se dá porque a urbanização intensa impede que as faixas de areia recuem naturalmente, como ocorre em regiões não edificadas.
ALÉM DISSO, HÁ RISCOS SIGNIFICATIVOS DE:
- Ampliação das lagoas costeiras, como a Rodrigo de Freitas e a Piratininga;
- Extinção de áreas de manguezais na Baía de Guanabara, fundamentais para o equilíbrio ambiental e a proteção contra inundações;
- Aumento da frequência e profundidade de alagamentos urbanos em eventos extremos.
CARLOS ANDRÉ ANALISA: “O TEMPO DE AGIR É AGORA”
A reportagem do Portal Hora da Notícia ouviu especialistas, revisou os dados e constatou o mesmo: as projeções são graves, mas não irreversíveis.
“O que o estudo da UFRJ evidencia é um alerta claro e técnico. Temos a ciência mostrando o caminho, com dados sobre a frequência das inundações, o enfraquecimento dos ecossistemas costeiros e os impactos para o turismo. Sem políticas públicas ousadas, o Rio corre o risco de perder não só suas praias, mas sua alma”, analisa Carlos André, repórter do Hora da Notícia.
O estudo também reforça que, mesmo com medidas internacionais para conter o aquecimento global, os impactos locais são inevitáveis sem adaptação regional. Isso inclui obras de contenção costeira, realocação de moradias em áreas de risco, investimento em recuperação ambiental e redefinição do zoneamento urbano.
CAMINHOS PARA EVITAR O COLAPSO
AS SOLUÇÕES PASSAM POR:
- Planejamento urbano com foco climático;
- Preservação e ampliação de ecossistemas naturais, como dunas, restingas e manguezais;
- Criação de infraestrutura de contenção, como muros costeiros e barreiras naturais;
- Investimento em educação ambiental e turismo sustentável.
CONCLUSÃO
O estudo da Coppe/UFRJ é uma janela para o futuro — e um apelo urgente ao presente. Salvar Copacabana e Ipanema não é apenas proteger cartões-postais, mas garantir qualidade de vida, segurança ambiental e o legado cultural de uma das cidades mais icônicas do mundo.
Afinal, o fim das praias cariocas não precisa ser uma profecia. Pode ser o motivo de um novo começo. Mas isso só será possível se as decisões forem tomadas agora — com base na ciência, com coragem política e com a mobilização da sociedade.
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CARLOS ANDRÉ
Jornalista, editor e repórter especial do Portal Hora da Notícia.
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