Opinião do Carlos André: Nota Zero, Empatia Zero

Quando a régua vira arma e o alvo é Adriane Galisteu.

Por Carlos André | Direto da Redação na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

Publicada em 06/12/2025 às 19:30.

Opinião do Carlos André

O jornalista Carlos André toma partido e defende a apresentadora Adriane Galisteu e critica a jornalista Anna Luiza Santiago - Foto: Reprodução/ Arte HDN

Vou falar direto e reto. Dar nota 0 para a apresentadora Adriane Galisteu não é crítica técnica, é execução pública. a jornalista Anna Luiza Santiago pode até não gostar do estilo, do tom, do ritmo do programa. Beleza. Crítica faz parte do jogo. Mas zerar o trabalho de uma apresentadora experiente e de toda uma direção é covardia editorial. Simples assim.

O argumento de que “as tretas não são controladas” ignora o básico que um programa tem: existe direção, existe condução, existe formato. A Fazenda não é sala de meditação. É reality de conflito. Sempre foi. Sempre será. Às vezes os peões passam do ponto? Sim. Às vezes desrespeitam a apresentadora? Também. Mas isso não anula o profissionalismo da Galisteu nem transforma o programa em terra sem lei. Isso é narrativa conveniente.

Nos bastidores, todo mundo comenta: o Grupo Globo está, sim, incomodado com a liderança de audiência de A Fazenda em vários momentos e com a repercussão absurda que o programa vem tendo. Enquanto um reality explode nas redes, pauta portais, domina conversas e viraliza, o outro assiste da arquibancada. E aí a crítica vem mais pesada do que deveria? Fica a reflexão para os leitores.

Adriane Galisteu segura ao vivo, contorna caos, responde pressão, mantém ritmo e ainda vira alvo fácil. Dar nota zero pra isso é desonesto com o público, com a apresentadora e com a profissão. Crítica não precisa ser elogio, mas também não precisa ser demolição pessoal disfarçada de análise.

Por fim, deixo claro o meu lado: total apoio à Adriane Galisteu. Ela entrega, aguenta e banca. Já a crítica que tenta apagar todo um trabalho com um número redondo merece, no mínimo, ser questionada com a mesma força.

Jornalismo é responsabilidade. Zerar por birra não é opinião. É atalho. E atalho, no nosso ofício, costuma levar pro lugar errado.

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