Especial George W. Bush: 25 Anos da Eleição Que Mudou os Rumos dos EUA

Da vitória contestada ao 11 de Setembro, das guerras ao Oriente Médio a um legado que ainda divide o mundo.

Por Rafael Monteiro, direto de Washington, EUA.
Publicado em 08/12/2025 às 17:30.
Especiais de Fim de Ano HDN 2025 >>> George W. Bush: 25 Anos da Eleição Que Mudou os Rumos dos EUA. 
Reportagem especial narra, com detalhes, um dos momentos mais marcantes da política norte-americana - Foto: Divulgação/ Portal Hora da Notícia)

Não foi só uma eleição. Foi um gatilho. Em 2000, os Estados Unidos viveram a disputa mais tensa da sua história recente, decidiram o futuro no detalhe de uma cédula mal perfurada e colocaram no poder um presidente que mudaria o rumo do planeta inteiro. Vinte e cinco anos depois, o nome George W. Bush segue atravessado na política, nas guerras, no Oriente Médio, na segurança global e na própria democracia americana. Do caos na Flórida ao 11 de Setembro, da Casa Branca aos desertos do Iraque, o mundo nunca mais voltou ao ponto de origem. E agora, direto de Washington, o Portal Hora da Notícia revisita a eleição que redefiniu o século 21.

A eleição que ninguém conseguiu esquecer

Washington acordou em novembro de 2000 sem saber quem era, de fato, o novo presidente dos Estados Unidos. Era pra ser simples. Não foi. A disputa entre George W. Bush e Al Gore virou um terremoto institucional, com recontagens caóticas na Flórida, votos perfurados mal interpretados e uma decisão final da Suprema Corte que entregou a Casa Branca a Bush por uma margem microscópica. Voto popular contra ele, vitória no Colégio Eleitoral a favor. Ali nascia um presidente cercado de desconfiança. E um dos capítulos mais polêmicos da democracia americana.

Vinte e cinco anos depois, dá pra dizer sem rodeio: aquela eleição não mudou só um governo. Mudou o mundo.

Um começo sob suspeita e um país rachado

George W. Bush assumiu em janeiro de 2001 com metade do país desconfiada, imprensa em alerta máximo e um Congresso já polarizado. Seu discurso era de conciliação, mas o clima era de tensão. O slogan era unir, a realidade era dividir. A marca da eleição de 2000 foi essa: um país que nunca mais voltou a ser politicamente o mesmo.

Na política interna, Bush apostou em cortes de impostos, fortalecimento do setor privado e pautas conservadoras. No exterior, ninguém imaginava que o mundo estava a poucos meses de virar de cabeça para baixo.

11 de Setembro: o dia que reescreveu a história

Em 11 de setembro de 2001, quatro aviões sequestrados, duas torres no chão, quase três mil mortos. Os Estados Unidos entraram em choque. O mundo também. Bush, até então um presidente sob questionamento, virou o comandante de uma nação em guerra.

O atentado mudou tudo. A política externa, as leis de segurança, o controle em aeroportos, a lógica da diplomacia mundial. Nascia a chamada “Guerra ao Terror”. O inimigo agora era global, difuso e sem fronteiras claras.

O patriotismo explodiu. A popularidade de Bush foi às alturas. Mas o preço dessa virada histórica começava a ser cobrado rapidamente.

Afeganistão, Iraque e o Oriente Médio no centro do caos

Em poucas semanas, os EUA invadiram o Afeganistão para derrubar o Talibã e caçar Osama bin Laden. Depois, veio a decisão mais controversa de seu governo: a Guerra do Iraque, em 2003.

Com a justificativa de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas, Bush enfrentou críticas do mundo inteiro. A relação com o Oriente Médio entrou numa espiral de conflito, instabilidade e desconfiança que ecoa até hoje. O Iraque mergulhou no caos. Milhares de civis mortos. Soldados americanos voltando em caixões. A credibilidade dos EUA sofreu um baque histórico.

Bush virou, ao mesmo tempo, símbolo de força para seus apoiadores e sinônimo de desastre geopolítico para seus críticos.

Guantánamo, Patriot Act e os limites da democracia

Sob o argumento de proteger o país, o governo Bush aprovou o Patriot Act, ampliando poderes de vigilância do Estado. Prisões sem julgamento na base de Guantánamo, denúncias de tortura, espionagem em massa. A democracia americana entrou no modo de exceção.

Para alguns, era necessário. Para outros, era a prova de que o medo tinha falado mais alto que os direitos civis.

Essa fase deixou cicatrizes profundas na imagem dos EUA como “guardião das liberdades”.

A reeleição em 2004: o país escolhe continuar

Mesmo com guerras em andamento e críticas internacionais pesadas, Bush foi reeleito em 2004 contra John Kerry. A vitória mostrou que, internamente, o discurso de segurança ainda colava. A “América em guerra” preferiu não trocar o comandante no meio do conflito.

A reeleição consolidou um dos períodos mais duros e decisivos da política externa americana no século 21.

Crise financeira e desgaste no fim do mandato

Nos anos finais, o governo Bush foi atropelado pela crise econômica de 2008, a pior desde 1929. Bancos quebraram, bilhões foram injetados para salvar o sistema financeiro e o desemprego disparou. A imagem do presidente, já desgastada pelas guerras, saiu ainda mais fragilizada.

Bush deixou a Casa Branca em 2009 com baixos índices de aprovação e um país exausto.

O legado: entre a força e a ferida aberta

Vinte e cinco anos depois da eleição que o colocou no poder, George W. Bush segue como uma das figuras mais controversas da história moderna dos Estados Unidos.

Para seus aliados, foi o líder que reagiu com firmeza ao maior ataque da história do país.
Para seus críticos, foi o presidente que mergulhou o mundo em guerras injustificáveis e abriu precedentes perigosos para as democracias.

O fato é direto: nada depois de 2000 foi como antes. Nem a política americana, nem o Oriente Médio, nem a forma como o mundo enxerga segurança, terrorismo e poder.

Washington, 25 anos depois

Diretamente da capital dos EUA, o clima é de memória e reflexão. Universidades, centros de pesquisa e veículos de imprensa revisitam documentos, discursos e decisões que moldaram o século 21. A eleição de 2000 deixou de ser só uma disputa apertada. Virou um ponto de virada da história.

A eleição de George W. Bush não foi apenas uma vitória política. Foi o estopim de uma era de guerras, vigilância, medo, disputas globais e transformações profundas que ainda definem o mundo de hoje.

E isso não é exagero. É fato.

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