Retrô HDN 2025: Os Fatos Políticos Que Marcaram 2025
Tarifas, guerra comercial, prisão de ex-presidente e um mundo operando no limite.
Por Redação HDN, em Itaguaí, RJ | Publicação: 16/12/2025 às 15:30.
Especial Retrô HDN 2025 >>>> Cinco Fatos Políticos Que Marcaram 2025.
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| Segunda Reportagem da Série Retrô HDN 2025 revisita fatos políticos que entraram para a história. - Foto: Reprodução/ Portal Hora da Notícia) |
Se 2025 tivesse um gráfico, seria todo em pico. Política virou gatilho econômico, decisões institucionais viraram risco financeiro e o mundo passou o ano no modo alerta máximo. Do tarifaço de Trump ao maior shutdown da história dos EUA, passando pela prisão de um ex-presidente brasileiro, o recado foi direto: nada ficou estável.
O tarifaço de Trump e o mercado em modo montanha-russa
Donald Trump reassumiu a presidência em 20 de janeiro e fez o que prometeu: colocou tarifas no centro da política econômica. Em fevereiro, anunciou taxas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, alegando imigração ilegal, tráfico de drogas e desequilíbrio fiscal.
Dias depois, suspendeu. Depois voltou atrás. Depois ameaçou de novo. O vai-e-vem virou rotina e gerou insegurança global.
Na sequência, vieram ameaças à União Europeia, tarifas sobre aço e alumínio e, em março, taxas recíprocas contra mais de 100 países. Petróleo, gás venezuelano e veículos importados também entraram no pacote.
Mesmo com decisões barradas temporariamente por tribunais, uma corte federal acabou liberando a cobrança. O resultado foi claro: volatilidade, dólar pressionado e cadeias produtivas globais travadas pela incerteza.
Guerra comercial EUA x China: tensão máxima e trégua forçada
A disputa com a China reacendeu em fevereiro. Os EUA impuseram tarifa de 10% sobre produtos chineses. Pequim respondeu com taxas de até 15%. Em pouco tempo, as ameaças ultrapassaram 140% de ambos os lados.
O mercado sentiu forte. Tecnologia virou o ponto mais sensível, já que empresas americanas dependem da produção chinesa. Sob pressão das big techs, Trump recuou parcialmente e reduziu tarifas sobre smartphones, computadores e eletrônicos.
Em outubro, Trump e Xi Jinping fecharam um acordo: redução gradual das tarifas, combate ao comércio ilícito de fentanil, retomada das compras de soja americana e manutenção das exportações chinesas de terras-raras. Não foi paz. Foi contenção de danos.
Brasil x EUA: tarifa, sanção e crise diplomática
O Brasil foi atingido em cheio. Primeiro com a tarifa recíproca de 10%, depois com impactos indiretos no aço e no ferro. Em julho, a relação azedou de vez.
Trump assinou um decreto impondo tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. Alegou uma “relação comercial injusta”, apesar de os EUA terem registrado superávit de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024.
O decreto citou fatores políticos internos e abriu investigação sobre práticas comerciais brasileiras, especialmente no setor digital. A crise saiu do campo econômico e virou diplomática.
Bolsonaro condenado e preso: impacto político e econômico
Em meio ao cenário externo turbulento, o Brasil enfrentou um choque interno histórico. Jair Messias Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Durante o processo, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares, teve prisão domiciliar decretada e, no fim de novembro, foi preso preventivamente após tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, passou a cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal.
Antes mesmo da condenação, Bolsonaro já estava inelegível até 2030, por decisão do TSE. A prisão do ex-presidente elevou o risco político do país, colocou o Brasil no centro do noticiário internacional e impactou diretamente a percepção de investidores sobre estabilidade institucional.
Shutdown histórico nos EUA e o apagão econômico
Como se não bastasse, os Estados Unidos entraram no maior shutdown da história. A partir de 1º de outubro, o governo federal ficou paralisado por 43 dias.
Agências fechadas, serviços suspensos e, para os mercados, o pior cenário possível: falta de dados. Indicadores essenciais de emprego e inflação deixaram de ser divulgados, dificultando decisões do Federal Reserve e aumentando a volatilidade.
O impasse só foi resolvido quando o Congresso aprovou um acordo temporário, garantindo financiamento até janeiro de 2026. A confiança institucional saiu abalada, e o custo econômico foi alto.
O que ficou de 2025
O ano mostrou, sem filtro, que economia e política viraram a mesma coisa. Tarifas, guerras comerciais, prisões, sanções e paralisações de governo passaram a mover mercados mais do que qualquer balanço ou indicador.
No Retrô HDN, 2025 entra para a história como o ano em que o risco político deixou de ser coadjuvante e assumiu o papel principal. Direto, intenso e impossível de ignorar.

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