Covid-19 avança no Brasil e já representa 70% das internações por complicação respiratória.

Boletim divulgada pela InfoGripe, da Fundação Oswaldo  Cruz, indica aumento de 7% nas hospitalizações entre 29 de maio e 4 de junho de 2022.

Número de novos casos de Covid-19 cresceu mais de 145% em duas semanas no Brasil. (Diego Vara/ Reuters).

Cobertura da Situação da Covid-19 no Brasil | Por Carlos André Mamedes da Silva, do Portal Hora da Notícia.
09/06/2022. 12:50

A Covid-19 já representa cerca de 70% de todas as internações por complicação respiratória no Brasil, aponta o boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta quinta-feira (9).

O levantamento aponta cerca de 7.700 hospitalizações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) entre 29 de maio e 4 de junho, um aumento de 7% em relação à semana anterior.

Também houve aumento da predominância da Covid-19 entre as internações por Srag. Na semana de 22 a 28 de maio, a infecção pelo coronavírus representava 48% dos casos.

O crescimento do número de internações ocorre no contexto de uma alta de novos casos de Covid-19.

Nesta quarta-feira (8), o Brasil registrou uma média móvel de novas infecções de 36.537, elevação de 144% em relação ao observado há duas semanas.

Os pesquisadores do InfoGripe calculam que as internações por síndrome respiratória aguda grave entre adultos tenham subido 88,7% entre a primeira e a última semana de maio.

"É fundamental que a população retome certas medida simples e eficazes, como o uso de máscara, especialmente no transporte público, seja ele coletivo ou individual – tais como ônibus, trem, metrô, barcas, táxis e aplicativos. E quem ainda não tomou a dose de reforço da vacina da Covid precisa tomar. A vacinação é simplesmente fundamental", afirma o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

Somente neste ano, já foram notificadas mais de 155,2 mil internações por síndrome respiratória aguda grave, das quais 48,3% tiveram teste positivo para algum vírus respiratório. A Covid representa, em 2022, 82,7% dessas hospitalizações.

O VSR (vírus sincicial respiratório) responde por quase 10% das hospitalizações e tem afetado, desde o início do ano, principalmente crianças entre zero e 4 anos.

Especialistas avaliam que a tendência é um inverno com aumento das internações, por alguns motivos. O primeiro deles é o relaxamento de medidas de proteção, especialmente o uso de máscara em locais fechados, além do retorno ao trabalho e das aulas presenciais.

"Qualquer situação em que se aglomeram pessoas [em locais] sem ventilação é propícia para a transmissão de doenças respiratórias. É por isso que esperamos que haja um aumento não só de Sars-CoV-2, mas também de outros vírus de transmissão respiratória", salienta o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e coordenador da infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, Alexandre Naime Barbosa.

Em segundo lugar, a imunidade conferida pelas vacinas cai ao longo do tempo, da mesma forma que a proteção natural conferida pela própria doença. Ou seja, quem tomou reforço ou teve Covid-19 em janeiro já está vulnerável a ter a infecção novamente. 

Ainda há aqueles que não se vacinaram ou estão com o esquema vacinal incompleto. 

Na tentativa de frear o agravamento dos quadros de Covid-19, o Ministério da Saúde liberou na semana passada a aplicação de um segundo reforço em indivíduos acima de 50 anos e profissionais da saúde que tenham tomado a dose anterior há mais de quatro meses.

Na semana passada entramos, em contato com alguns especialistas, todos declararam com ênfase que "não era a hora de flexibilizar as medidas, pois sabiam que isso iria acontecer".

Comentários

Mensagens populares deste blogue

“O Brasil tem uma paixão única”, diz Shawn Mendes em entrevista exclusiva ao Portal Hora da Notícia.

TV Globo 60 Anos: Globo Repórter.

Show de Luan Santana em MG é cancelado após cantor ter mal súbito, diz organização.