A Superioridade Presumida: O Peso da Experiência e o Valor da Renovação no Jornalismo

A edição especial do quadro irá trazer a superioridade que alguns jornalistas experientes acham ter por ter muito tempo de formação.

Opinião do Carlos André: Edição Especial • Publicada em 31/12/2024 às 11:30 | por Carlos André.
O Portal Hora da Notícia continua com programação especial de fim de ano. (Reprodução/ Portal Hora da Notícia).

No dinâmico e exigente campo do jornalismo, a experiência é, sem dúvida, um fator de grande relevância. Contudo, nos bastidores das redações, um fenômeno preocupante tem se repetido: jornalistas experientes que subestimam ou até desrespeitam os profissionais recém-formados, assumindo uma postura de superioridade. Essa atitude, além de prejudicial para o ambiente de trabalho, pode afetar negativamente o desenvolvimento da profissão e a qualidade das reportagens.

A RAIZ DO PROBLEMA

A experiência acumulada ao longo dos anos, sem dúvida, proporciona habilidades inestimáveis, como o domínio das técnicas de apuração, a capacidade de lidar com situações de pressão e o entendimento aprofundado da ética jornalística. Contudo, alguns jornalistas experientes utilizam essa bagagem como justificativa para desvalorizar aqueles que estão começando na profissão, muitas vezes ignorando as contribuições inovadoras e a visão fresca que os jovens profissionais trazem.

Esse comportamento pode ser atribuído a uma combinação de ego profissional e resistência à mudança. Muitos veteranos veem nos recém-formados uma ameaça ao status quo, especialmente em um mercado que exige adaptação constante às novas tecnologias e tendências, como o jornalismo digital e a integração com as redes sociais.

O PAPEL DOS JOVENS JORNALISTAS

Os jornalistas recém-formados chegam às redações com conhecimento atualizado sobre ferramentas tecnológicas, técnicas modernas de apuração e uma mentalidade aberta a novas narrativas. Além disso, trazem consigo a energia e o entusiasmo necessários para explorar territórios ainda não desbravados, como o uso de inteligência artificial para análise de dados ou a criação de conteúdos imersivos em realidade aumentada.

Ignorar ou menosprezar essas contribuições é desperdiçar um recurso valioso. A inovação é um dos pilares da evolução jornalística, e os recém-chegados desempenham um papel essencial nesse processo.

A IMPORTÂNCIA DA COOPERAÇÃO INTERGERACIONAL

Para que o jornalismo continue relevante e impactante, é essencial que haja uma troca saudável de conhecimentos entre diferentes gerações. Os mais experientes podem compartilhar suas histórias, vivências e habilidades, enquanto os jovens oferecem novas perspectivas e ferramentas que podem enriquecer o trabalho de ambos.

Essa cooperação não só fortalece as equipes de redação, mas também ajuda a construir um jornalismo mais robusto e diversificado, capaz de atender às demandas de uma audiência cada vez mais exigente e plural.

REFLEXÕES FINAIS

A superioridade presumida de alguns jornalistas experientes é um reflexo de uma visão ultrapassada e pouco produtiva. O respeito e a valorização das diferentes etapas da carreira jornalística são fundamentais para o fortalecimento da profissão. A experiência deve ser vista como um guia e não como um escudo para desmerecer a renovação.

No final, o verdadeiro compromisso do jornalista não é com seu ego ou status, mas com a verdade e a sociedade que ele serve. Para alcançar esse objetivo, é necessário abandonar preconceitos e abrir espaço para o diálogo, a troca de experiências e a construção de um futuro mais colaborativo e inclusivo no jornalismo.

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