Paulo Cupertino é condenado a 98 anos de prisão pela morte de Rafael Miguel e seus pais
Júri popular considera empresário culpado por triplo homicídio que chocou o Brasil em 2019; crime foi motivado por intolerância ao namoro da filha com o ator.
Carlos André • Redação do Portal Hora da Notícia RJ
31/05/2025 • 13:08 • Atualizada às 13:23
Caso Rafael Miguel > Condenação de Paulo Cupertino.
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Paulo Cupertino Matias foi condenado a 98 anos de prisão após dois dias de julgamento – Foto: Divulgação/ Arquivo HDN |
O empresário Paulo Cupertino Matias foi condenado a 98 anos e 9 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do ator Rafael Miguel, de 22 anos, e de seus pais, João Alcisio Miguel, de 52, e Míriam Selma Miguel, de 50. O veredito foi decidido na noite de sexta-feira (30), por júri popular, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
O crime ocorreu em 9 de junho de 2019, quando as três vítimas foram executadas a tiros em frente à casa da filha de Cupertino, com quem Rafael mantinha um relacionamento. O caso teve ampla repercussão nacional, em especial pela fama de Rafael Miguel, conhecido por sua atuação na novela Chiquititas, exibida pelo SBT.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Paulo Cupertino não aceitava o namoro da filha com o ator e desenvolveu um comportamento controlador e possessivo. Para os promotores, o crime foi premeditado, com o réu indo armado até a residência da filha, onde atirou friamente contra Rafael e seus pais, que haviam ido ao local apenas para conversar.
Após o crime, o empresário fugiu e permaneceu foragido por quase três anos, durante os quais utilizou cerca de 100 endereços diferentes e chegou a circular entre o Brasil, Paraguai e Argentina. A prisão só aconteceu em maio de 2022, quando ele foi encontrado em um apartamento na zona sul de São Paulo.
O julgamento durou dois dias e foi marcado por momentos de intensa emoção, sobretudo durante o depoimento da filha de Cupertino, que testemunhou sobre a tensão vivida com o pai e o desfecho trágico daquele dia. Apesar das provas e dos relatos, o réu negou ser o autor dos disparos, mas acabou considerado culpado por homicídio triplamente qualificado, com agravantes de motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e feminicídio indireto, por conta da motivação ligada ao controle da vida da filha.
Com a condenação, Paulo Cupertino iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade. A decisão representa o encerramento de um dos casos mais emblemáticos e comoventes da crônica policial brasileira dos últimos anos.
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