Hugo Calderano faz história e é vice-campeão mundial de tênis de mesa após duelo emocionante com Wang Chuqin
Brasileiro conquista feito inédito para a América do Sul e se firma entre os maiores do mundo, após campanha brilhante e final marcada por intensidade e talento no Qatar.
Carlos André • Redação do Portal Hora da Notícia RJ
26/05/2025 • 01:00 • Atualizada às 01:11
Minuto Esportivo > Hugo Calderano é Prata no Mundial.
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Hugo Calderano continua fazendo história no Tênis de Mesa – Foto: Divulgação |
O Brasil e a América do Sul testemunharam neste domingo (25) um capítulo histórico no tênis de mesa mundial. Hugo Calderano, número 5 do ranking, sagrou-se vice-campeão da Copa do Mundo de Tênis de Mesa, disputada em Doha, no Qatar, ao ser superado pelo chinês Wang Chuqin, atual número 2 do mundo, por 4 sets a 1, com parciais de 12/10, 11/3, 4/11, 11/2 e 11/7.
Apesar da derrota na decisão, a trajetória de Calderano foi consagradora. Ele alcançou a primeira medalha e a primeira final da história para um sul-americano em um torneio mundial da elite da modalidade. Um feito que o consolida de vez entre os maiores nomes do esporte e aumenta a esperança do continente em competições futuras, como os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
CAMPANHA IMPECÁVEL ATÉ A FINAL
A jornada de Hugo começou com autoridade: uma vitória por 4 a 1 sobre Rogelio Castro, do México. Em seguida, o brasileiro atropelou Wassim Essid, da Tunísia, por 4 a 0. Na terceira rodada, mostrou equilíbrio emocional e superou Kirill Gerassimenko, do Cazaquistão, por 4 a 2. Nas oitavas de final, passou com facilidade por Quadri Aruna, da Nigéria, com um sonoro 4 a 0.
Nas quartas de final, encarou o sul-coreano An Jaehyoun e venceu por 4 a 1. Já na semifinal, protagonizou uma verdadeira batalha contra o chinês Liang Jingkun, vencendo por apertados 4 a 3 e garantindo sua vaga na decisão.
Com o vice-campeonato, Calderano soma 1400 pontos no ranking mundial e se aproxima ainda mais da elite da modalidade.
A FINAL: TALENTO, EQUILÍBRIO E SUPREMACIA CHINESA
A partida decisiva foi repleta de emoções. O primeiro set já deu o tom do confronto: depois de abrir 10 a 7, Hugo viu Chuqin empatar e virar em 12 a 10. No segundo, erros do brasileiro pesaram e o chinês fechou em 11 a 3. Calderano respondeu com força e venceu o terceiro por 11 a 4, reacendendo as esperanças.
No entanto, Wang Chuqin — conhecido por sua precisão e intensidade — foi implacável nos dois sets seguintes, vencendo por 11 a 2 e 11 a 7, garantindo o título e confirmando o favoritismo.
DO DRAMA EM PARIS 2024 AO PÓDIO MUNDIAL
O reencontro entre Calderano e Chuqin na final trouxe à tona lembranças de Paris 2024. Ambos foram eliminados de forma dramática pelo sueco Truls Moregard: Chuqin após um incidente com sua raquete quebrada, e Calderano ao sofrer uma virada após abrir 10 a 4 em um game decisivo. O destino reservou à dupla uma revanche de alto nível meses depois, em um cenário ainda maior.
LEGADO PARA O TÊNIS DE MESA BRASILEIRO E CONTINENTAL
A campanha de Hugo Calderano representa muito mais que uma medalha: é a consolidação de uma nova era para o tênis de mesa no Brasil e na América do Sul. O atleta carioca, formado no projeto social do Flamengo, já figura há anos entre os melhores do mundo, mas agora, crava seu nome na história como pioneiro no pódio mundial.
O desempenho excepcional abre portas para novos talentos e inspira jovens mesatenistas a sonharem mais alto. Com apenas 28 anos, Calderano segue como uma das maiores esperanças do esporte brasileiro, mirando o topo do mundo.
REPERCUSSÃO
Nas redes sociais, o nome de Calderano figurou entre os assuntos mais comentados do dia. Atletas, federações e torcedores exaltaram o feito do brasileiro. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu nota destacando o "orgulho nacional" que Hugo representa.
"Ele não apenas jogou tênis de mesa. Ele representou um continente inteiro com garra, estratégia e coração. O mundo agora sabe: o Brasil tem um vice-campeão mundial!", declarou o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo.
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Hugo Calderano saiu do Qatar com a prata no peito, mas com o brilho de ouro nos olhos de milhões de brasileiros que agora acreditam, mais do que nunca, que o topo é possível.
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