TV Globo e a Regulamentação das Redes Sociais: Interesse Público ou Controle de Narrativas?

Em meio ao avanço das plataformas digitais e à disseminação de desinformação, a TV Globo se posiciona a favor da regulação das redes sociais. A medida levanta debates sobre liberdade de expressão, responsabilidade das big techs e os interesses por trás dessa proposta.

Carlos André • Redação do Portal Hora da Notícia RJ 
27/05/2025 • 17:13 • Atualizada às 17:35
Reportagem Especial > TV Globo e a Regulamentação das Redes Sociais.
A pergunta que fica é: O que a Globo pretende com a regulamentação das redes sociais?; a suspeita é que a emissora não aceita ter perdido prestígio e credibilidade – Foto: Divulgação

Nas últimas décadas, o cenário da comunicação no Brasil passou por uma transformação radical. O que antes era centralizado em grandes emissoras de televisão e rádio, como a TV Globo, hoje divide espaço — e influência — com as gigantes da tecnologia e as redes sociais. YouTube, Instagram, TikTok, X (antigo Twitter) e outras plataformas deram voz a milhões de pessoas, descentralizando a produção de conteúdo e criando novos polos de poder na sociedade.

Diante desse novo panorama, a TV Globo tem adotado um discurso firme em defesa da regulação das redes sociais no Brasil. Em editoriais, entrevistas e reportagens, a emissora argumenta que as plataformas digitais devem ser responsabilizadas pelo conteúdo que circula nelas — especialmente no combate à desinformação, ao discurso de ódio e à propagação de fake news.

O QUE A GLOBO DEFENDE?

A emissora apoia o chamado "PL das Fake News" (Projeto de Lei 2630/2020), que tramita no Congresso Nacional e visa estabelecer regras claras para o funcionamento das plataformas digitais. Entre os pontos principais do projeto estão:

  • A obrigatoriedade de identificação de usuários em massa;

  • A responsabilização das redes por conteúdos impulsionados ou monetizados;

  • A transparência nos algoritmos que distribuem conteúdo;

  • A criação de mecanismos para combater notícias falsas e conteúdos nocivos.


LIBERDADE DE EXPRESSÃO x RESPONSABILIDADE DIGITAL

Críticos à proposta — entre eles influenciadores, produtores de conteúdo independente e defensores da liberdade de expressão — acusam a iniciativa de ser uma tentativa de controle da informação e da opinião pública. Para muitos, a defesa da regulação por parte da Globo e outros veículos tradicionais esconde o medo da perda de relevância e audiência diante da concorrência digital.

“A regulação é necessária, mas precisa ser feita com cuidado para não transformar o Brasil em um ambiente de censura digital”, afirma o advogado especializado em Direito Digital, Bruno Ferreira. Segundo ele, a legislação deve buscar o equilíbrio entre proteger o usuário e manter a liberdade de criação.

INTERESSES EM JOGO

A TV Globo, que já foi praticamente hegemônica na formação da opinião pública nacional, hoje divide espaço com youtubers, podcasters, influenciadores digitais e comunicadores independentes. A perda de audiência e de receita publicitária para essas novas mídias é um fato incontestável. Com a regulação, críticos apontam que a Globo e outros grandes grupos de mídia poderiam recuperar parte do protagonismo ao impor limites às novas vozes.

Em nota enviada à imprensa, a Globo afirmou que "defender a regulação das redes sociais não é censura, mas uma forma de proteger a democracia e combater a desinformação".

O FUTURO DA COMUNICAÇÃO

A discussão sobre a regulação das redes sociais está longe de terminar. O Brasil, assim como outros países, enfrenta o desafio de encontrar um modelo que respeite a liberdade individual, incentive a pluralidade de vozes e, ao mesmo tempo, combata o uso irresponsável das plataformas digitais.

Enquanto isso, o posicionamento da TV Globo mostra que a guerra pela influência — e pela narrativa — está mais acirrada do que nunca. Afinal, em tempos de internet, quem controla a informação tem, também, o poder de moldar a realidade.

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