Dólar bate os R$ 5,70 após saída de equipe econômica.

Alta da moeda ao maior patamar desde abril ocorre com a exoneração de descontentes com possível furo do teto de gastos.

Dólar não superava R$5,70 desde abril.

O mercado de câmbio voltou a abrir sob pressão nesta sexta-feira (22), com o dólar acima de R$ 5,70 pela primeira vez desde abril, conforme investidores seguiam impondo nos preços riscos maiores de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos.

Às 9h26, a moeda americana subia 0,71%, a R$ 5,7065. No mercado à vista, a moeda ganhava 0,54%, a R$ 5,6990, após pico de R$ 5,7080 (+0,47%).

Na noite desta quinta-feira (22), assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração do cargo ao chefe da pasta, Paulo Guedes.

O anúncio marca uma nova rodada de baixas na equipe econômica em meio à sinalização do governo de que vai contornar a regra do teto de gastos para pôr de pé o Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família com pagamentos no valor de R$ 400.

"Há muita incerteza no curto prazo que pode empurrar o dólar para cima ante o real. Por outro lado, os players acham que o real está gravemente desvalorizado, o BCB provavelmente aumentará seu ritmo de alta dos juros e intervenções [cambiais] ainda são possíveis. Portanto, a estabilidade nesses níveis não parece ser o cenário-base", disse o Citi em nota.

A exemplo da véspera, o Banco Central não anunciou ofertas líquidas de dólar para esta sessão. Os juros futuros mantinham-se sob intensa onda de compra, com as taxas disparando mais 51 pontos-base em alguns vencimentos, aumentando a pressão para o Bacen acelerar o ritmo de aumentos da taxa Selic.

Copyright © Thompson Reuters.

Fonte: Portal R7.
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