França realiza desfile militar do feriado de 14 de julho em meio a regresso da guerra na Ucrânia.

Data marca a Revolução Francesa, movimento que encerrou a monarquia no país; cerca de 6.300 pessoas desfilaram e aviões tingiram o céu com as cores da bandeira nacional.

Emmanuel Macron, presidente da França, no comecinho do desfile, revisou as tropas que desfilaram na Avenida Champs-Élysées. (Divulgação/ Agência Reuters).

Noticiário Internacional: Desfile Militar na França | Por Enzo Gabriel Silveira, do Portal Hora da Notícia.
14/07/2022 - 12:50

Paris realizou nesta quinta-feira (14) o tradicional desfile militar por ocasião do feriado nacional francês de 14 de julho, em um contexto marcado pelo regresso da guerra na Ucrânia. A data representa a queda da Bastilha, fortaleza onde o governo francês prendia seus opositores. 

O local constituía um grande símbolo da monarquia, e sua invasão em 1789 é considerada o marco zero da Revolução Francesa, que encerrou a monarquia absolutista no país, além de ser um grande acontecimento histórico por abrir os caminhos para a democracia

Aviões da Esquadrilha da Fumaça tingiram o céu da capital das cores da bandeira francesa (Divulgação/ Agência Reuters).

No início do desfile, aviões da Patrulha Francesa tingiram o céu de azul, branco e vermelho, as cores da bandeira francesa.

Pouco antes, o presidente Emmanuel Macron revisou as tropas na famosa avenida Champs-Élysées a bordo de um veículo militar, sob um sol radiante.

Cerca de 6.300 pessoas desfilaram, quase 5.000 delas a pé. O evento mobilizou 64 aviões, um drone, 25 helicópteros, 200 cavalos e 181 veículos motorizados.

As tropas francesas desfilam no feriado de 14 de julho. (Divulgação/ Agência Reuters).

A parada incluiu nove países convidados, muitos deles vizinhos da Rússia ou Ucrânia: Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Tropas francesas recentemente posicionadas no flanco leste da Europa também marcharam.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a França reforçou suas missões nessa área. Cerca de 500 soldados franceses foram destacados com emergência no final de fevereiro na Romênia, no âmbito da Otan. A França também está envolvida em missões de reforço aéreo e terrestre na Estônia, e seus caças Rafale ajudam a proteger os céus poloneses.

Tendo em conta o contexto da guerra na Ucrânia, mas também de inflação, o presidente francês anunciou na noite desta quarta-feira (13) uma nova lei de programação militar (LPM) 2024-2030 para "ajustar os meios às ameaças".

Em 2017, o presidente iniciou um claro aumento nas finanças da defesa após anos de contenção. O orçamento militar será elevado em 2022 e, em 2023, terá alta de 3 milhões, chegando a 44 milhões de euros.

Os veículos de guerra do exército francês também desfilaram nesta quinta-feira (14). (Divulgação/ Agência Reuters).

O conflito na Ucrânia revelou as deficiências na máquina de defesa da França, por exemplo, em termos de munição. Cerca de 125 mil forças de segurança foram mobilizadas em todo o país para o feriado nacional. Os "coletes amarelos" anunciaram a intenção de se manifestar na tarde desta quinta-feira (14) na capital.

À noite, fogos de artifício vão encerrar a festa em muitas zonas do país, que atravessa uma onda de calor extremo e com uma parte do território em alerta de incêndio.

Entre os que desfilam pela Champs-Élysées estão 14 unidades de tropas da Marinha, em comemoração do seu 400º aniversário. Nesta edição também estão expostos os novos equipamentos do Exército francês, como o veículo blindado de reconhecimento Jaguar, juntamente com o Griffon blindado de nova geração

O desfile aéreo, do qual participam vários aviões europeus, apresenta pela primeira vez o drone Reaper, utilizado no Sahel para localizar e matar jihadistas.

Candice Parise foi a convidada especial do próprio presidente francês Emmanuel Macron. (Divulgação/ Agência Reuters).

O desfile terminou com o hino nacional francês, La Marseillaise, interpretado pela cantora e atriz Candice Parise, vestida de branco com tons de vermelho e azul.

Macron ainda deve dar uma entrevista à televisão para falar sobre a situação política interna, a agenda do governo – enfraquecida após as legislativas – e as medidas para conter o impacto econômico e social causado pela guerra na Ucrânia.

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