Bombardeio Ucraniano danifica represa de Kakhovka, na região da Kherson.

A barragem tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou.

Noticiário Internacional | Daniel Vicente dos Santos da Costa | Portal Hora da Notícia Internacional.
06/11/2022 - 16:50.
Mulher caminha pelas ruas devastadas de Kherson, cidade ocupada pelas tropas da Rússia. (Divulgação/ AFP).

A barragem hidrelétrica de Kakhovka, na região ucraniana de Kherson (sul), ocupada por forças russas, foi "danificada" após um ataque ucraniano neste domingo (6), informaram os serviços de emergência regionais a agências de notícias russas.

"Hoje, às 10h (5h de Brasília), seis mísseis Himars foram lançados. As unidades de defesa antiaérea derrubaram cinco, um dos quais atingiu a eclusa da barragem de Kakhovka, que foi danificada", declarou um representante dos serviços de emergência, citado pelas agências russas.

Kiev acusou Moscou nas últimas semanas de querer detonar a represa. Tal denúncia foi negada pelas autoridades de ocupação russas.

A barragem de Kakhovka, tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Instalada no rio Dnieper em 1956, durante o período soviético, a estrutura é, em parte, construída de concreto e terra. 

É uma das maiores infraestruturas deste tipo na Ucrânia. 

Há vários dias, as autoridades de ocupação russas vêm retirando os civis nos arredores do local diante de um "possível ataque de mísseis" à represa de Kakhovka, cuja destruição levaria à "inundação do margem esquerda" do rio Dnieper, segundo o governador regional instalado por Moscou em Kherson, Vladimir Saldo. 

Se a barragem explodir, "mais de 80 localidades, incluindo Kherson, se encontrarão na zona de inundação rápida", alertou, por sua vez, em 21 de outubro, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, perante o Conselho da União Europeia.

"Isso pode interromper o abastecimento de água de grande parte do sul da Ucrânia" e afetar o resfriamento dos reatores da usina nuclear de Zaporizhzhia, que extrai água desse lago artificial de 18 milhões de metros cúbicos, advertiu o chefe de Estado.

Diante do risco, a Ucrânia havia solicitado uma missão de observação internacional. 

Kakhovka fica cerca de 60 km a leste de Kherson, a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos em março.

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