Chuvas no RS prejudicam lavouras e podem afetar abastecimento no país

Estado é o principal produtor de arroz e segundo maior produtor de soja do Brasil; enchentes atrapalham produção de frango e suínos.

Tragédia no Rio Grande do Sul - 06/05/2024 às 18:15.
Publicada por Redação Gaúcha do HDN.
Fortes chuvas atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. (Divulgação/ Equipe Especial do HDN).

As chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul podem prejudicar lavouras do estado e o abastecimento de alguns alimentos no Brasil. A avaliação é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que destaca que o estado é um dos maiores produtores de arroz e o segundo maior produtor de soja do país. Até o momento, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul deixaram pelo menos 83 pessoas mortas. Além disso, 111 moradores estão desaparecidos e há 276 feridos. Ao todo, 873.275 foram afetados pelas chuvas, sendo que 20.070 estão em abrigos. Outros 884.802 pessoas estão sem água e 435.252 sem luz.

Especialistas do Cepea analisam que as chuvas, além de reduzir a renda dos produtores do estado, podem afetar o abastecimento de arroz do país e impactar diversas famílias. A colheita, segundo o órgão, já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores e muitas lavouras estão agora debaixo d’água. Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal.

“As intensas chuvas desta semana têm o potencial de reduzir significativamente as rendas dos orizicultores do estado. Trazem também preocupação com o abastecimento no Brasil e seus impactos custo de vida das famílias, especialmente as mais pobres”, diz o órgão.

A soja também é um grão que pode ser prejudicado. O Rio Grande do Sul é o maior produtor do grão do país, mas o excesso de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, o que reduz a oferta de boa qualidade do produto na indústria de alimentos.

No Brasil, já foram colhidos 90,5% da área de soja da safra de 2023/24, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas. No Rio Grande do Sul, as atividades somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano.

Outro ponto é que a colheita de milho da safra de verão está praticamente paralisada. Segundo a Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul), a colheita atingiu 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, um avanço semanal de apenas 1 ponto percentual. No Paraná, foram colhidos 98% da área total de milho até 29 de abril e em Santa Catarina, 93% até 28 de abril.

O cenário não afeta apenas as lavouras, mas a produção de frango, suínos e ovos. Os produtores relatam dificuldade na compra de rações e embalagens, assim como o transporte de animais para abate nos frigoríficos, visto que pontes e rodovias estão interditadas devido às chuvas.

“Relatos de agentes consultados pelo Cepea também indicam que algumas propriedades de produção suinícola e avícola foram danificadas, e agentes ainda estão à espera de que a situação seja normalizada para que os prejuízos sejam calculados”, destacou o Cepea.

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