Fluminense defende invencibilidade histórica contra italianos e carrega honra carioca no Mundial de Clubes

Tricolor enfrenta a poderosa Inter de Milão pelas oitavas, mantendo retrospecto positivo contra clubes da Itália; com Botafogo e Flamengo eliminados, time de Renato Gaúcho é o último representante do Rio no torneio. Carlos André analisa o desafio, os bastidores e o peso emocional do duelo.

Redação do Portal Hora da Notícia, direto de Itaguaí.
Publicação: 30/06/2025 • 13:15 • Atualização: 13:48
Cobertura Completa da Copa do Mundo de Clubes FIFA
Portal Hora da Notícia trará um pós-jogo especial com análises e opiniões de convidados especiais — Foto: Divulgação/ Portal Hora da Notícia 

A tarde desta segunda-feira (30) reserva um duelo carregado de simbolismo, responsabilidade e história. O Fluminense entra em campo às 16h, no Bank of America Stadium, em Charlotte, para enfrentar a tradicional Inter de Milão pelas oitavas de final do Mundial de Clubes da FIFA 2025. Além da chance de avançar às quartas, o confronto vale a honra do futebol carioca, já que Botafogo e Flamengo foram eliminados precocemente, deixando o Tricolor como único representante do Rio de Janeiro na competição.

Mas há um trunfo que impulsiona o torcedor tricolor: o retrospecto invicto contra clubes italianos. Em 14 partidas disputadas desde 1955, o Fluminense venceu 10 e empatou 4, um aproveitamento impressionante de 81% contra adversários como Milan, Roma, Napoli, Udinese, Torino, Genoa e a própria Inter.

RETROSPECTO COMO ARMA EMOCIONAL

A primeira vitória histórica aconteceu em 1955, quando o Flu superou a Fiorentina por 3 a 1, em plena Itália. Desde então, construiu vitórias simbólicas: bateu o Milan por 1 a 0 no Torneio de Udine em 1984, a Roma pelo mesmo placar em 1989 na antiga Tchecoslováquia, e o Napoli também em 1989, em amistoso realizado na Itália.

O único confronto com a Inter aconteceu em 1961, em San Siro, diante de 50 mil pessoas, e terminou empatado em 1 a 1, com gol do lendário Waldo. O retrospecto é respeitável, mas não se trata apenas de números — é uma questão de identidade, história e honra tricolor.

A exceção — e fora da estatística — foi a derrota para a seleção italiana por 5 a 3 em 2014, num amistoso preparatório da Azzurra para a Copa do Mundo no Brasil. Porém, como tratava-se de uma seleção nacional, não entra na contagem dos duelos entre clubes.

PANORAMA DA COMPETIÇÃO E CAMINHOS OPOSTOS

A Inter de Milão chega com a moral de líder do Grupo E. Foram 7 pontos conquistados: empate com Monterrey (1 a 1), vitórias sobre Urawa Red Diamonds (2 a 1) e River Plate (2 a 0). Mesmo sem encantar, os italianos mostraram solidez defensiva e pragmatismo ofensivo.

Já o Fluminense passou por turbulências. Classificou-se em segundo no Grupo F com 5 pontos: empate sem gols contra o Borussia Dortmund, vitória animadora por 4 a 2 sobre o Ulsan Hyundai e novo empate sem gols, desta vez contra o Mamelodi Sundowns. Com isso, o time carioca chega pressionado, mas com um estilo bem definido e apostando na versatilidade de Renato Gaúcho.

APOSTA EM REFORÇOS E DÚVIDAS NO ATAQUE

Dois nomes podem fazer a diferença para o Tricolor nesta partida: Thiago Silva, recuperado de desconforto muscular, deve retornar à zaga, e Yeferson Soteldo, recém-inscrito no torneio, pode fazer sua estreia. A habilidade do venezuelano nos duelos individuais pode ser fundamental para quebrar a linha defensiva italiana.

A dúvida está no comando de ataque: Germán Cano e Everaldo brigam por uma vaga entre os titulares. Cano é o artilheiro do time, mas vive fase instável; Everaldo, por outro lado, tem agradado nos treinos com movimentação e entrega tática.

Renato Gaúcho também estuda a possibilidade de utilizar um esquema com três zagueiros, abrindo espaço para os laterais virarem alas, com Gabriel Fuentes ganhando protagonismo pelo lado esquerdo.

INTER DESFALCADA E SOB ALERTA

No lado italiano, o técnico Cristian Chivu terá de lidar com desfalques importantes: Pavard, Bisseck, Çalhanoglu e Zielinski estão fora por lesão. A ausência do meia turco e do polonês, pilares no meio-campo, representa uma perda significativa de criatividade e controle de ritmo.

A principal aposta no setor ofensivo continua sendo Lautaro Martínez, que deve formar dupla com Pio Esposito, substituto do lesionado Marcus Thuram. A linha de defesa deve contar com Sommer no gol, Darmian, Acerbi, Bastoni e Dumfries, com um meio reforçado por Asllani, Mkhitaryan, Barella e Dimarco.

CLIMA HOSTIL E ARBITRAGEM DEFINIDA

O duelo será disputado sob temperaturas elevadas — previsão de 31°C com sensação térmica de até 35°C no horário da partida. Um fator climático que pode prejudicar a intensidade das equipes, especialmente as mais envelhecidas ou sem grande profundidade de elenco.

A arbitragem ficará a cargo do salvadorenho Iván Barton, um nome experiente no cenário da CONCACAF. Ele será auxiliado por David Moran e Antonio Pupiro. Até o momento, não há confirmação oficial sobre o uso do VAR pela organização, o que gera debate entre comissões técnicas e imprensa.

O QUE ESTÁ EM JOGO: MAIS QUE UMA CLASSIFICAÇÃO

Se vencer, o Fluminense enfrentará nas quartas o vencedor de Manchester City x Al-Hilal, partida que será realizada também nesta segunda-feira, às 22h. Um possível confronto contra os ingleses seria um divisor de águas na história recente do Tricolor.

Mas antes disso, há a Inter de Milão, há o peso da camisa, há a lembrança de Waldo, a história de vitórias sobre gigantes da Itália, e o grito da torcida que ecoa do Laranjal ao Maracanã: “Vamos, Fluzão!”

ANÁLISE FINAL – POR CARLOS ANDRÉ

O Fluminense não chega como favorito, mas carrega uma missão que transcende o futebol. É o último bastião carioca no Mundial e, mais que isso, é um clube que cultiva tradição internacional, que respeita sua história e que joga com alma em momentos decisivos.

A Inter é tecnicamente superior, mas sofre com desfalques e vem de partidas sem brilho. A combinação de calor, pressão emocional e o talento individual de nomes como Soteldo, Jhon Arias e André pode nivelar a disputa.

O Tricolor tem a chance de escrever mais um capítulo épico — não apenas para seus torcedores, mas para todo o Rio de Janeiro, que precisa de um novo herói no cenário global.

Charlotte vai tremer. E o coração tricolor, pulsar forte.

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