TV Globo 60 Anos: Bom Dia Brasil.

No ar há mais de 40 anos, o BDB é sucesso absoluto de audiência nas manhãs da TV Globo.

Especial HDN TV Globo 60 Anos - 06/06/2024 às 17:00.
Publicada por Carlos André e Henry Freitas.
O telejornal matinal e de proporção nacional alcança, até hoje, grandes índices de audiência. (Divulgação/ TV Globo).

A nova reportagem especial da série comemorativa dos 60 anos da TV Globo trará detalhes sobre a história do telejornal matinal e nacional Bom Dia Brasil, que está no ar há mais de 40 anos, sendo um dos telejornais de maior sucesso da emissora.

O telejornal matinal tem uma abordagem mais informal e isso cativou o público que acorda cedo e senta no sofá para acompanhar o Bom Dia Brasil.

Veja agora, na íntegra, um pouco da história do BDB:

Ancorado do Rio de Janeiro por Ana Paula Araújo, e com apresentadores em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, o 'Bom Dia Brasil' é o mais antigo telejornal matutino de rede da Globo. Com uma hora de duração, o telejornal conta ainda com a participação dos correspondentes internacionais, que fazem entradas ao vivo por meio de um telão.

O ‘Bom Dia Brasil’ estreou em 1983 e se tornou o primeiro telejornal apresentado diretamente de Brasília. A ideia era dar ênfase ao conteúdo político e econômico. O Brasil estava às vésperas da abertura democrática, depois de duas décadas de ditadura militar. Nesse início, uma de suas principais marcas era o quadro 'Café da Manhã': entrevistas com autoridades do Executivo e Legislativo e personalidades de destaque no mundo empresarial. O quadro foi ao ar de 1983 a 1990. Mesmo com a transferência do estúdio do 'Bom Dia' para o Rio, em 1996, o foco em pautas políticas e econômicas permaneceu.

Período: 03/01/1983 – NO AR | Dia e horário: de segunda a sexta, de 8h30 às 9h30.

ESTREIA

O 'Bom Dia Brasil' surgiu em 1983 como um noticiário essencialmente político e econômico, de cerca de 30 minutos de duração, realizado e transmitido em rede nacional, direto de Brasília. O jornalista Carlos Monforte era apresentador e editor-chefe do matutino. Fatos que tivessem origem ou repercussão na capital política do país eram o principal conteúdo do noticiário. Informações de outros estados só eram apresentadas eventualmente, em edições extras. O telejornal era exibido de segunda a sexta, às 7h.

Segundo Monforte, como 1982 foi um ano de abertura política, com eleições gerais para governador, surgiu na direção da TV Globo a ideia de se fazer um jornal político. O cenário foi feito no Rio e levado para Brasília. Os profissionais do telejornal também saíram do Rio para a capital do país. Brasília passou, então, pela primeira vez, a ser a sede de um jornal em caráter nacional.

Foi o primeiro jornal que saiu do Rio para Brasília. Daí, nasceu o 'Bom Dia Brasil', que era – como o próprio Armando [Nogueira] sempre falou –, uma segunda tribuna do Congresso.
— Carlos Monforte | apresentador do 'BDBR' de 1983 a 1991.

Abordagem informal

Enquanto os telejornais noturnos trabalhavam com um volume de informação maior e se dirigiam a um público mais heterogêneo, o 'Bom Dia Brasil' investiu na abordagem informal, sempre com a preocupação de explicar ao telespectador as questões políticas e econômicas abordadas pelo telejornal. Esse conceito foi adotado em função das características impostas pelo seu horário e por seus principais temas.

O telejornal contava ainda com Wilson Ibiapina como editor e Roberto Lopes como repórter fixo. Marcelo Netto fazia comentários sobre economia, enquanto Antônio Britto e Álvaro Pereira comentavam os assuntos e entrevistas políticas.

O conteúdo do telejornal consistia, em geral, no resumo dos principais assuntos do dia, na previsão do tempo em todos os estados (apresentado por Maurício Sampaio, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia), no movimento nos aeroportos, nas manchetes dos principais jornais do Brasil e, sobretudo, nas entrevistas realizadas no estúdio, com a participação do apresentador e dos comentaristas.

Café da Manhã com entrevista

O quadro 'Café da Manhã', gravado às 6h, exibia entrevistas realizadas durante o café da manhã com convidados que morassem ou estivessem hospedados em Brasília. Na estreia, o convidado foi o presidente da República João Figueiredo, em uma entrevista de 11 minutos de duração, gravada anteriormente. A partir de 1984, o telejornal começou a realizar entrevistas também em outros estados.

Em um ano de 'BDBR’, foram entrevistados mais de 700 políticos, empresários e personalidades de destaque, entre elas os políticos Delfim Netto, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, a atriz Dina Sfat e o cineasta Neville de Almeida.

EVOLUÇÃO

Carlos Monforte deixou o 'Bom Dia Brasil' em 1991 e foi substituído por Antônio Augusto, que ficou no telejornal por dois anos. Em 1993, quando completou dez anos no ar, o 'BDBR' passou por mudanças técnicas, como a inserção de mesas de efeitos computadorizadas que permitiam ao entrevistador dividir a tela com até dois entrevistados. Luís Carlos Braga apresentou e editou o jornal em 1994 e 1995.

Reformulação radical

Em 1996, Renato Machado assumiu o cargo de editor-chefe e, junto com a jornalista Rosa Magalhães, promoveu uma reformulação radical na concepção, no formato e na apresentação visual do 'Bom Dia Brasil'. Com novo horário (7h30), novo cenário, uma hora de duração e a produção direta no Rio de Janeiro, o jornal começou a ser apresentado por Leilane Neubarth e pelo próprio Renato Machado. Investiu-se em uma maior interação entre os apresentadores e seus interlocutores: os âncoras de outros estados, colunistas e convidados.

Apesar das mudanças, uma característica se mantinha: o entrevistado continuava a ser a espinha dorsal do telejornal.

O novo formato reunia características de uma revista, com matérias variadas, inclusive de comportamento. O telejornal destacava as principais manchetes dos jornais brasileiros e internacionais, as condições meteorológicas e o funcionamento do mercado financeiro.

Em matéria de O Globo, publicada no dia 31 de março de 1996, um dia antes da estreia do novo formato, Renato Machado explicou que o 'BDBR' passaria a ter uma hora de duração e privilegiaria as mulheres. O telejornal ganhou ares de uma revista matinal, com dois blocos de hard news, um de cultura e comportamento e dois de interesse geral, mas com traço predominantemente feminino.

Brasília e São Paulo

Em 1996, Carlos Monforte, em Brasília, e Chico Pinheiro, em São Paulo, também participavam do telejornal, contribuindo com comentários e entrevistas ao vivo. No início da nova fase, cada estado tinha um bloco inteiro do telejornal, mas logo passaram a se revezar nas entradas durante o telejornal.

Carlos Nascimento ancorou o telejornal de São Paulo de 1998 a 1999, quando a função foi assumida por Mônica Waldvogel. Em Brasília, Cláudia Bomtempo assumiu apresentação do telejornal na capital federal por dez anos, de 1999 e 2009.

Anos 2000

Em 2000, além de Renato Machado e Leilane Neubarth, que ficavam no Rio, também apresentavam o telejornal, de São Paulo, Carla Vilhena, que ficou até 2001, e Cláudia Bomtempo, em Brasília. Mariana Godoy assumiu a apresentação de São Paulo em 2001, ficando no cargo até 2010. Em seguida, foi a vez de Carla Vilhena voltar à função, até 2013, quando Rodrigo Bocardi passa a ser o apresentador de São Paulo. Bocardi atualiza as informações da cidade e região. Antes e depois das reportagens, o jornalista apresenta notícias complementares, faz rápidos comentários e conversa com repórteres e os âncoras do estúdio do Rio.

A partir de dezembro de 2002, Renata Vasconcellos passou a dividir a apresentação com Renato Machado, que permaneceu como editor-chefe.

Em 2004, o jornal investiu em entrevistas de economia, política, cultura e esporte, e contou com cobertura internacional, aproveitando os correspondentes no exterior e entradas ao vivo do escritório de Nova York.

Em 2009, Zileide Silva assume a apresentação das notícias de Brasília, no lugar de Cláudia Bomtempo, e fica na bancada da capital federal até 2013. A partir daí até 2021, a jornalista Giuliana Morrone ficou responsável por todas as novidades de Brasília, da política do Congresso Nacional ao dia a dia da capital e de cidades próximas. 

Giuliana também falava, ao vivo, com os apresentadores do Rio. O noticiário de Brasília foi, depois, assumido por Heraldo Pereira.

A partir de 2019, apresentadores de Belo Horizonte passaram a entrar ao vivo no 'Bom Dia Brasil'. A estreia foi em 5 de agosto, com a participação de Mara Pinheiro. A jornalista Juliana Perdigão também foi uma das apresentadoras de Minas Gerais no BDBR. Em 2020, Aline Aguiar assumiu o noticiário mineiro no telejornal matutino.

Novo apresentador

No dia 26 de setembro de 2011, depois de 15 anos como apresentador e editor-chefe do 'Bom Dia Brasil', Renato Machado se despediu da bancada para ser correspondente em Londres e comentarista de notícias internacionais.

No lugar de Renato Machado, o jornalista Chico Pinheiro, que antes comandava o 'SPTV 1ª edição', passou a dividir a apresentação do telejornal com Renata Vasconcellos. Miguel Athayde assumiu o telejornal como editor-chefe, ficando no cargo até dezembro de 2011. Fátima Baptista assumiu a função de Athayde e ficou no cargo até fevereiro de 2013.

Para marcar a passagem de bastão no comando do telejornal, a equipe do 'Bom Dia Brasil' produziu duas reportagens mostrando os momentos marcantes das carreiras de Chico Pinheiro e de Renato Machado. 

A carreira de Renato no telejornal foi relembrada em trechos de edições históricas, como a de 12 de setembro de 2001, manhã seguinte ao atentado terrorista nos Estados Unidos. No texto, narrado por Chico Pinheiro, uma frase significativa resumiu o longo período de Renato Machado na bancada do 'Bom Dia Brasil': “não houve um só acontecimento desta década e meia sem as suas perguntas”.

A partir de 2011, além de São Paulo e Brasília, o 'Bom Dia Brasil' passou a contar com a participação de apresentadores, ao vivo, diretamente dos estúdios da Globo em Londres e Tóquio.

O noticiário internacional foi apresentado por Renato Machado até janeiro de 2016. Ele entrava no 'BDBR', ao vivo, direto do estúdio da TV Globo em Londres. O jornalista fazia um resumo dos fatos mais importantes do dia no mundo e também conversava com os âncoras no Rio. Em seguida, o posto foi assumido pela jornalista Cecília Malan.

De 2013 a 2018, o correspondente em Tóquio, Márcio Gomes, entrava ao vivo no 'BDBR', quando já é noite no Japão, para apresentar as notícias da Ásia. O jornalista fazia um resumo do noticiário e também chamava reportagens feitas por ele. Márcio Gomes foi substituído na função por Carlos Gil, que ficou no Japão até 2021.

Ana Paula Araújo na apresentação

Em 30 de setembro de 2013, Renata Vasconcellos deixou a bancada do 'Bom Dia Brasil' para ser a apresentadora do 'Fantástico'. A jornalista se despediu do público e deu as boas-vindas à Ana Paula Araújo, que assumiu a apresentação do 'BDBR' ao lado de Chico Pinheiro.

A partir de então, Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo comandaram o 'Bom Dia Brasil' dos estúdios do Rio por quase nove anos. Na bancada ou em poltronas, chamavam reportagens, mostravam infográficos nos telões e recebiam colunistas para um bate-papo no telejornal de cerca de uma hora de duração. 

Os dois apresentadores também conversavam entre si e comentavam o noticiário. Eles tinham, ainda, liberdade para falar com repórteres de todo o Brasil ao vivo, principalmente para noticiar fatos mais urgentes.

Vinicius Menezes tornou-se editor-chefe do telejornal em fevereiro de 2013 e ficou no cargo até janeiro de 2018, quando assumiu Mônica Barbosa.

O 'Bom Dia Brasil' passou a ser inteiramente produzido, editado e exibido em alta definição a partir de 2 de dezembro de 2013.

Com a nova tecnologia HD (high definition), a nitidez da imagem aumentou quatro vezes em relação ao sistema anterior, o SD (standard definition). Com a migração, a Globo passou a ter 80% da programação em HD.

Mônica Barbosa ficou como editora-chefe do 'BDBR' até dezembro de 2020, quando Ana Pini assumiu o cargo, em plena pandemia da Covid-19.

Assumi o 'BDBR' num momento em que jornal passava a entrar no ar num horário novo, mais tarde, e com nova duração. A busca é por reforçar o papel de um jornal do momento, que informe as principais notícias do dia que começa. Também buscamos antecipar o que será destaque ao longo do dia. Para tudo isso, contamos com os comentaristas Miriam Leitão e Gerson Camarotti e os apresentadores em Brasília, São Paulo e BH – que são as marcas do formato conversado do 'BDBR'.
— Ana Pini | editora-chefe do 'BDBR' desde dezembro de 2020

No dia 29 de abril de 2022, Chico Pinheiro deixou a TV Globo, tendo apresentado sua última edição do 'BDBR' em 15 de abril. Desde então, a bancada do telejornal ficou sob a responsabilidade de Ana Paula Araújo.

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