TV Globo 60 Anos: Uma Aula de Televisão que Escancarou a Falência Criativa da RECORD e do SBT

Show de aniversário da líder de audiência reforça padrão de excelência, enquanto concorrentes patinam na mesmice e mostram total despreparo para acompanhar a evolução da TV brasileira.

Carlos André • Rio de Janeiro • 29/04/2025 • 02:30
Opinião Jornalística de Carlos André.
A Festa de Aniversário da Globo mostrou o que a TV Globo tem de melhor: sua criatividade e vontade verdadeira de representar o Brasil e o mundo. (Reprodução/ TV Globo).

A TV Globo celebrou seus 60 anos com um espetáculo à altura de sua história: produção impecável, roteiro emocionante e um respeito profundo pela trajetória da televisão brasileira. Mais do que uma festa, o especial transmitido em rede nacional foi uma lição de como se faz televisão com propósito, criatividade e alma. Do outro lado, o silêncio constrangedor da RECORD e do SBT revelou não só a falta de reação, mas também a crise criativa que assombra ambas as emissoras. A diferença de postura entre elas e a líder de audiência não poderia ser mais gritante — e preocupante.

GLOBO: EXCELÊNCIA QUE TRANSCENDE GERAÇÕES

O especial de 60 anos da Globo mostrou por que a emissora ainda é referência absoluta. Reunindo artistas de várias épocas, cenas marcantes, tecnologia de ponta e um senso estético moderno, a Globo não se contentou em celebrar o passado, mas projetou o futuro da TV brasileira. Enquanto isso, as rivais seguiram ignorando o momento, presas em uma grade sem frescor e sem ambição.

RECORD: NAS MÃOS DE QUEM NÃO ENTENDE NADA DE TELEVISÃO

A RECORD é, atualmente, um retrato triste do que acontece quando o comando da TV está nas mãos erradas. A filha do bispo Edir Macedo, Cristiane Cardoso, junto aos demais bispos que controlam a emissora, demonstram claramente não saber fazer televisão. O foco excessivo em pautas religiosas, o conservadorismo editorial e a repetição exaustiva de novelas bíblicas tornaram a programação previsível, excludente e desconectada da realidade do público geral.

O desprezo por diversidade cultural, a ausência de inovação e o desmonte de núcleos importantes do entretenimento mostram que a atual direção está mais preocupada com doutrinação do que com comunicação. Não basta ter estrutura — é preciso ter visão, sensibilidade artística e compromisso com o público. Algo que, infelizmente, falta na atual gestão da emissora.

SBT: ENTRE A NOSTALGIA E O ABANDONO CRIATIVO

O SBT, por sua vez, parece estar à deriva. A ausência de Silvio Santos nas decisões do dia a dia deixou a emissora órfã de identidade. A dependência de reprises, a falta de renovação de seus quadros e a resistência em apostar em formatos novos denunciam uma gestão que teme ousar. Em vez de se reinventar, o canal insiste em se manter preso à memória afetiva de um passado que já não se sustenta sozinho.

O SILÊNCIO DAS CONCORRENTES: UMA DERROTA SIMBÓLICA

Durante a exibição do especial da Globo, não houve da RECORD ou do SBT qualquer movimento relevante de contraponto. Nenhuma programação especial, nenhuma homenagem à TV brasileira, nenhuma ação digital de peso. A Globo transformou seu aniversário em um evento nacional. As concorrentes, em contrapartida, agiram como se não fizessem parte dessa história — ou pior, como se tivessem desistido de disputá-la.

CONCLUSÃO: OU SE REINVENTAM OU DESAPARECEM

O recado foi dado: a Globo continua liderando não apenas pela audiência, mas por saber fazer televisão com excelência e emoção. Já a RECORD, comandada por líderes religiosos que desconhecem os fundamentos do audiovisual, e o SBT, parado no tempo, precisam urgentemente repensar seus modelos. Ou fazem isso agora — ou a TV aberta brasileira corre o risco de se tornar um palco com apenas um grande protagonista.

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