Opinião de Carlos André.

A opinião de hoje leva o tema de: "Debates Políticos em São Paulo: Quando a Política se Torna um Espetáculo de Circo".

Opinião do Comunicador Carlos André 
Data: 27 de setembro de 2024 • 22:25.
Por Carlos André
Os debates políticos em São Paulo provocam efeitos devastadores na opinião pública e fazem de um assunto de extrema importância virar um espetáculo de circo onde a agressão e ataques têm vez. (Divulgação/ Portal Hora da Notícia)

Os debates políticos, há tempos, deixaram de ser espaços de confrontos ideológicos e troca de propostas. Em São Paulo, essa realidade se torna ainda mais evidente. O que deveria ser um momento para os eleitores analisarem os candidatos e suas visões sobre a cidade, transformou-se em um verdadeiro espetáculo circense, onde o conteúdo é substituído por ataques pessoais, insultos e cenas teatrais dignas de um show.

Em vez de expor ideias e discutir as urgências da população, os candidatos, ávidos por protagonismo, parecem dispostos a qualquer artimanha para desviar a atenção do público do que realmente importa. E é nesse cenário que o debate político de São Paulo se afasta do verdadeiro propósito da democracia: a pluralidade de ideias e o respeito ao eleitor.

Os ataques pessoais ganham mais espaço que as propostas concretas. Candidatos que deveriam estar discutindo soluções para o transporte público, a crise habitacional e a segurança, por exemplo, preferem se engajar em disputas narcisistas, tentando desqualificar o adversário em vez de convencer o público. A razão disso? A busca incessante por viralização nas redes sociais.

A transformação dos debates em palco de vaidades é agravada pela superficialidade com que os temas são tratados. As questões complexas, como saúde, educação e infraestrutura, são frequentemente resumidas a slogans vazios e promessas genéricas. O eleitor, que assiste a tudo, fica sem condições de entender qual candidato tem de fato um plano viável para solucionar os problemas da cidade.

Essa "espetacularização" dos debates políticos reflete um problema mais profundo na política nacional: a falta de diálogo e o distanciamento entre políticos e a sociedade. Quando os líderes políticos transformam o processo eleitoral em um teatro, deixam de lado o compromisso com o povo, que, mais do que nunca, anseia por propostas reais e soluções para seus problemas cotidianos.

Por trás das câmeras, a preocupação com a imagem e o impacto midiático parece superar o desejo genuíno de debater o futuro da cidade. A quem interessa um debate que mais parece uma briga de egos? Certamente, não ao eleitor paulistano, que busca discernir o melhor candidato entre os concorrentes, mas acaba se perdendo no meio de uma batalha de vaidades.

A superficialidade dos debates também revela um problema nos meios de comunicação. Em busca de audiência, muitas emissoras optam por promover embates acalorados, esperando atrair espectadores, mas deixando de lado o objetivo de informar de maneira equilibrada e responsável.

É fundamental que os debates políticos voltem a ser espaços de discussão séria e respeitosa. A democracia depende de um eleitorado bem informado e de políticos comprometidos com o bem comum, e não de espetáculos midiáticos. Cabe aos candidatos perceberem que, em tempos de crise e incertezas, o que o eleitor quer é ser ouvido e levado a sério – não apenas ser um espectador de um grande show.

A esperança é que, ao invés de alimentarmos ainda mais esse "circo", possamos transformar os debates em plataformas legítimas de apresentação de propostas, onde as ideias prevaleçam e o respeito seja a regra. Só assim a política paulistana poderá reencontrar seu caminho e reconquistar a confiança da população.

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