Adeus, Vojvoda: Fortaleza demite técnico após clássico e o “reino encantado” vira drama no Castelão

Após mais de quatro anos, títulos históricos e uma idolatria incontestável, Juan Pablo Vojvoda deixa o comando do Fortaleza. A fase? Horrível. O fim? Ironicamente melancólico. Mas a lenda permanece.

Carlos André • Base Carioca do Portal Hora da Notícia
Data e Hora: 15/07/2025 • 21:00 • Atualização: 21:33
Coluna Minuto Esportivo > Vojvoda fora do Fortaleza.
Juan Pablo Vojvoda não é mais técnico do Fortaleza — Foto: Divulgação/ Coluna Minuto Esportivo 

Senhoras e senhores, a carruagem virou abóbora no Pici.

Após 310 jogos, 145 vitórias, três estaduais, duas Copas do Nordeste e uma idolatria que chegou a beirar o fanatismo, o argentino Juan Pablo Vojvoda foi demitido do comando técnico do Fortaleza nesta segunda-feira (14). E o que determinou o fim do reinado? Uma derrota para o rival Ceará. Sim, meus amigos. O mesmo Vozão que andava tropeçando em si mesmo deu um “chega pra lá” no Tricolor do Pici no Clássico-Rei e empurrou o técnico argentino ladeira abaixo.

Se fosse um enredo de novela mexicana, chamaria “La Caída de un Ídolo”. Mas como estamos no Brasileirão 2025, chamamos de “crise”.

O COMEÇO DO FIM

Vojvoda já vinha patinando desde o início do ano. Perdeu o título estadual (logo para o maior rival, Ceará, que voltou a respirar com ajuda de aparelhos). Foi eliminado na terceira fase da Copa do Brasil pelo… Retrô. Sim, aquele time que a gente pensa que é marca de vinil. Na Copa do Nordeste, o algoz foi o Bahia — normal. Já na Libertadores, até chegou nas oitavas, mas jogando um futebol mais feio que tabela de Série D com chuva.

E no Brasileirão? A famosa “gota d’água”. O Fortaleza é o 18º colocado, com apenas 10 pontinhos em 13 jogos. Uma campanha digna de alerta vermelho, sirene e carro de bombeiro.

OS NÚMEROS DA LENDA

Vamos ser honestos: Vojvoda foi grande. Maior que muita diretoria. Foram 310 jogos, com 145 vitórias, 77 empates e 88 derrotas. Um trabalho que durou mais que muitos casamentos. O argentino chegou em 2021 como quem não queria nada e botou o Leão nas alturas.

Fez campanha histórica na Sul-Americana em 2023 (vice-campeão), empilhou taças regionais e fez o torcedor do Fortaleza sonhar com um time protagonista. Conseguiu. Fez história.

Mas até as grandes histórias têm um fim. E às vezes o fim vem com um gol do Galeano num clássico truncado.

ANÁLISE: HORA CERTA OU ERRO EMOCIONAL?

Aqui vai a ironia da vida futebolística: Vojvoda, que segurou rojões muito maiores no passado, caiu em um momento de instabilidade passageira. Sim, o Fortaleza vinha mal. Sim, o torcedor estava impaciente. Mas será que não dava pra segurar um pouco mais? Será que, em vez de demitir o professor, não dava pra demitir o setor ofensivo todo?

Com todo respeito, o ataque do Fortaleza nos últimos jogos parecia um workshop de como não finalizar. Vojvoda virou o para-raios, mas a tempestade já era coletiva.

E AGORA, FORTALEZA?

Agora o clube vai ao mercado buscar alguém que aceite o desafio de segurar o rojão. O novo técnico herdará um elenco instável, torcida exigente e uma tabela indigesta. Missão número um? Sair do Z-4. Missão número dois? Fazer a torcida esquecer (ou pelo menos superar) Vojvoda. Boa sorte, vai precisar.

FICA O LEGADO

O ciclo de Vojvoda terminou, mas o respeito fica. Porque ele fez o torcedor do Fortaleza acreditar em voos mais altos, em Libertadores, em títulos regionais e em clássicos vencidos com categoria. Foi responsável por uma das fases mais gloriosas do clube.

Agora, ele sai pela porta dos fundos de uma sala que ele mesmo construiu. E como todo argentino que se preze, vai deixar saudade — e provavelmente um livro sobre sua passagem.

Vojvoda caiu. Mas como todo bom treinador estrangeiro no Brasil, pode ter certeza: ele volta. Talvez no rival. Talvez no próximo time da moda. Mas que volta, volta.

CARLOS ANDRÉ

Repórter, cronista e torcedor que sabe que o futebol é feito de glórias, dramas e boas ironias.

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