Tragédia no Texas: Busca por 170 Desaparecidos Após Enchentes Devastadoras
Com mais de 110 mortos confirmados, o estado vive uma das piores catástrofes naturais de sua história recente. Famílias escavam a lama em busca de entes queridos, enquanto autoridades enfrentam críticas e desafios logísticos.
Carlos André • Redação do Portal Hora da Notícia no RJ
Publicação: 10/07/2025 • 00:00 • Atualização: 10/07/2025 • 00:28
Cobertura Completa das Chuvas no Texas.
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Mais de 2 mil socorristas, policiais e especialistas foram ao local do desastre — Divulgação/ HDN Internacional |
O estado do Texas, nos Estados Unidos, vive dias de dor, incerteza e luta. Após as chuvas torrenciais que atingiram a região na madrugada da última sexta-feira (4), data de feriado nacional, cerca de 170 pessoas continuam desaparecidas. A tragédia já contabiliza mais de 110 mortos e causou destruição em larga escala, com cidades inteiras submersas, acampamentos devastados e famílias inteiras desaparecidas.
No condado de Kerr, o mais afetado, a força da água foi implacável. Segundo o xerife Larry Leitha, 95 mortes foram confirmadas somente nessa região, incluindo 36 crianças. O cenário é especialmente desolador no acampamento cristão Camp Mystic, que reunia aproximadamente 750 pessoas – entre elas, 27 crianças e monitores faleceram e ao menos seis ainda estão desaparecidos.
"ESTAMOS CAVANDO COM AS MÃOS"
O drama de quem perdeu familiares é comovente. Em Hunt, epicentro das enchentes, o jovem Javier Torres, de 24 anos, cava com as próprias mãos a lama deixada pelo rio Guadalupe, que subiu oito metros em apenas 45 minutos. Ele já encontrou os corpos do avô e de duas crianças. A avó segue desaparecida. “Eu não vou parar até encontrá-la”, disse, aos prantos, em entrevista à imprensa local.
Cerca de 2 mil socorristas seguem atuando nas buscas. Equipes com cães farejadores, drones e helicópteros enfrentam condições adversas, como terrenos instáveis, vias destruídas e riscos de novas enxurradas.
RESGATES DE EMERGÊNCIA E HEROÍSMO
De acordo com Jonathan Lamb, chefe da polícia de Kerrville, centenas de vidas foram salvas na madrugada de sexta-feira graças à ação rápida das forças de segurança. “Batemos de porta em porta. Algumas pessoas foram retiradas pelas janelas. A tragédia, por mais horrível que seja, poderia ter sido ainda pior”, afirmou.
CRÍTICAS À ATUAÇÃO GOVERNAMENTAL
Apesar dos esforços, o governo federal enfrenta críticas. Muitos moradores não receberam os alertas emitidos pelo Serviço Nacional de Meteorologia durante a madrugada, pois estavam dormindo ou com os telefones desligados. A Casa Branca, por meio da porta-voz Karoline Leavitt, defendeu a atuação do órgão meteorológico e negou que cortes orçamentários tenham prejudicado o sistema de alerta.
O presidente Donald Trump confirmou que viajará ao Texas na sexta-feira (11) ao lado da primeira-dama Melania, numa tentativa de mostrar apoio às vítimas e conter o desgaste político.
A FORÇA DA NATUREZA E OS SINAIS DA MUDANÇA CLIMÁTICA
As chuvas intensas que caíram – chegando a quase 300 mm por hora – evidenciam um padrão extremo de precipitação. De acordo com o meteorologista Shel Winkley, o Texas se tornou uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática. “As secas se intensificaram, e quando a chuva vem, é brutal. Isso aumenta significativamente o risco de inundações repentinas”, explicou.
💬 COMENTÁRIO DE CARLOS ANDRÉ
“O que está acontecendo no Texas não é apenas uma tragédia humana – é um alerta global. A dor dessas famílias escavando com as próprias mãos, o luto pelas crianças de um acampamento que deveria ser seguro, e o desespero de 170 famílias sem notícias de seus entes queridos revelam a vulnerabilidade das nossas estruturas frente à fúria da natureza.
A atuação dos socorristas merece aplausos, mas também é hora de refletir sobre a preparação dos governos diante de eventos extremos cada vez mais frequentes. Esta é uma ferida que não cicatriza com discursos: exige ação, ciência e humanidade.”
— Carlos André Silva, repórter do Portal Hora da Notícia
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