Morre cantor de rock Ozzy Osbourne aos 76 anos

Artista era conhecido como "Príncipe das Trevas" e "Padrinho do Heavy Metal" e teve mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo.

Carlos André • Base Oficial, na Ilha do Governador (RJ).
Data e Hora: 22/07/2025 • 17:35 • Atualizada às 18:08
Plantão Hora da Notícia >> Morte de Ozzy Osbourne.
Ozzy Osbourne marcou gerações com a banda Black Sabbath 

"Eu não sou o diabo. Sou apenas John Osbourne: um garoto da classe trabalhadora de Aston que largou o emprego na fábrica e foi em busca de diversão". Foi assim que o lendário vocalista do Black Sabbath se definiu em sua biografia de 2010. E hoje, o mundo lamenta profundamente a perda de um dos maiores ícones da história da música. Ozzy Osbourne morreu nesta segunda-feira (22), aos 76 anos, cercado por sua família, segundo comunicado oficial divulgado pelos filhos.

A causa da morte não foi informada. Entretanto, nos últimos anos, Ozzy enfrentava sérios problemas de saúde, incluindo os efeitos do Parkinson e dificuldades de mobilidade, como revelou sua filha Kelly em uma postagem emocionada no último dia 13.

Apesar do delicado estado de saúde, o astro protagonizou no último dia 5 de julho um show histórico em Birmingham, cidade natal da banda, com o retorno do Black Sabbath aos palcos após duas décadas. O evento "Back to the Beginning" marcou a despedida definitiva de Ozzy diante de uma multidão de fãs que celebraram sua trajetória com lágrimas e reverência.

A ORIGEM DE UMA LENDA

John Michael Osbourne nasceu em 3 de dezembro de 1948, no coração operário de Aston, em Birmingham. Filho de uma família humilde e enfrentando dislexia desde pequeno, abandonou os estudos aos 15 anos. Trabalhou em fábricas, foi preso por roubo, mas encontrou no rock um caminho para transcender a realidade dura que vivia.

Foi em 1967 que, ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, nasceu o Black Sabbath – banda que revolucionou a música com letras sombrias, riffs pesados e uma estética sonora jamais ouvida até então. O álbum “Paranoid”, lançado em 1970, não só eternizou músicas como “War Pigs” e “Iron Man”, mas cravou o nome da banda no panteão do rock mundial.

O SÍMBOLO DO HEAVY METAL

Ozzy Osbourne ganhou o título de “Príncipe das Trevas” não apenas pela estética obscura das músicas, mas pela entrega visceral no palco, pelos excessos fora dele e pela forma autêntica de ser. Seus vocais únicos, o carisma peculiar e o espírito rebelde fizeram dele o símbolo de uma geração que encontrava no rock sua válvula de escape.

Apesar das polêmicas, como o episódio emblemático em que mordeu a cabeça de um morcego durante um show em 1982, Ozzy sempre soube rir de si mesmo. "Achei que era de borracha", dizia com bom humor. Seu comportamento controverso, que incluía vícios e episódios de violência, foi assumido sem maquiagem, com franqueza e arrependimento, especialmente nos últimos anos.

DA ESCURIDÃO À REDENÇÃO

Em sua jornada, Ozzy caiu, quebrou, perdeu e recomeçou. Demitido do Sabbath em 1979, reergueu-se com uma carreira solo estrondosa, lançou álbuns memoráveis como “Blizzard of Ozz” e “No More Tears”, e voltou à banda nos anos 1990, reconquistando o carinho dos fãs e o respeito da crítica.

Ao lado de Sharon Osbourne, com quem teve três filhos – Jack, Kelly e Aimee –, construiu um novo capítulo de sua vida, exposto sem filtros no reality show “The Osbournes”, que mostrou ao mundo o lado humano do astro do rock, suas vulnerabilidades, seus erros e suas tentativas de redenção.

ÚLTIMA REVERÊNCIA

O show de despedida no início deste mês, marcado por emoção e nostalgia, agora assume contornos proféticos. Ozzy, debilitado, mas com brilho nos olhos, subiu ao palco como se soubesse que era sua última vez. E talvez fosse mesmo.

Hoje, o silêncio da morte ecoa mais alto do que qualquer riff distorcido. Mas sua voz, suas letras e seu legado continuam gritando em cada geração de jovens que pegam uma guitarra pela primeira vez.

NOTA DE PESAR

Ilha do Governador, 22 de julho de 2025 • 17:30

O Portal Hora da Notícia se solidariza com familiares, amigos e milhões de fãs ao redor do mundo e lamenta profundamente a morte de Ozzy Osbourne. Que sua trajetória sirva de inspiração para aqueles que acreditam que é possível sair das sombras e encontrar a luz – mesmo que envolta em neblina, fumaça de palco e acordes pesados.

“Deveria ter morrido mil vezes”, disse ele certa vez. Mas não morreu. Viveu intensamente, com todos os riscos e dores. E agora, descansa. Mas o som… o som jamais será silenciado.

Descanse em paz, Príncipe das Trevas.
1948 — 2025

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