Crise Reloaded em Itaguaí: a cidade que troca de prefeito mais que troca de semáforo
Haroldinho assume às 23h, zera o gabinete como quem reseta videogame, e deixa Itaguaí num “modo espera” enquanto o TSE decide se aperta o botão de novas eleições.
Por Carlos André | Ilha do Governador, RJ.
Publicada em 29/11/2025 às 01:25.
Política em Itaguaí >>> Crise na Prefeitura.
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| Haroldinho assume interinamente a Prefeitura de Itaguaí — Foto: Reprodução/ Arquivo Histórico de Itaguaí |
Itaguaí amanheceu no modo caos elegante nesta sexta (28). Depois que o ministro Dias Toffoli cancelou a liminar que mantinha Doutor Rubão (Podemos) na prefeitura — a mesma que tinha garantido sua posse lá em junho — o município entrou mais uma vez na sua franquia favorita: “Quem é o prefeito hoje?”
Assim que Rubem Vieira, o Rubão, foi afastado, o presidente da Câmara, Haroldo Rodrigues Jesus Neto, o já rodado Haroldinho, vestiu a faixa interina às 23h. E, sem piscar, mandou um decreto exonerando todo mundo: secretários, procurador-geral, controlador, presidente do Itaprevi… basicamente, se respirava na prefeitura e tinha crachá, foi dispensado.
O resultado? Um governo com mais salas vazias que repartição na sexta-feira pós-feriado. Sobraram vinte e tantas secretarias e um único secretário sobrevivente: Milton Valviesse Gama, da Secretaria Municipal de Governo — aparentemente o último dos moicanos na versão administrativa.
O decreto justificou o apagão de cargos como uma necessidade de “adequação da máquina pública”. Tradução livre: reset no tabuleiro pra começar a partida de novo.
Vale lembrar que Haroldinho já tinha esquentado a cadeira entre janeiro e junho, quando Rubão ficou impedido por supostamente tentar um terceiro mandato — algo que a Constituição olha com aquela sobrancelha levantada.
Em junho, quando Toffoli mandou devolver a prefeitura a Rubão, a Câmara, presidida justamente por Haroldinho, deu aquela segurada básica: disse que faltou luz. Literalmente. A posse só rolou depois de nova ordem do Supremo. Itaguaí, como sempre, entregando entretenimento institucional.
O QUE DIZ A GALERA DESSA NOVELA POLÍTICA?
Rubão soltou uma nota zen: recebeu tudo “com serenidade”, disse que confia na Justiça e que segue defendendo “a vontade das urnas”. Nada como um dia após o outro e mais uma liminar depois da outra.
Haroldinho, agora de volta ao posto, garantiu que não teve dedo dele na decisão judicial e que vai esperar a comunicação oficial do TRE antes de qualquer movimento. Prometeu “estabilidade administrativa” — algo que, convenhamos, hoje em Itaguaí é praticamente ficção científica.
Enquanto isso, o TSE decide se a cidade vai ou não para novas eleições. Até lá, a população segue assistindo a gestão da prefeitura como quem acompanha série política: episódio novo toda semana, sempre com reviravolta.

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