Linha do Tempo: Da Proclamação da República ao Brasil de 2025.
Como 135 anos de tretas, viradas e recomeços moldaram o país onde a gente vive.
Por Carlos André | Ilha do Governador, RJ
Publicada: 15/11/2025 | 20:50.
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| Mergulhar na história é importante para entender o que nos levou ao Brasil que conhecemos hoje - Divulgação/ Portal Hora da Notícia |
Beleza, bora destravar a história sem frescura. O Brasil que a gente vive hoje não caiu do céu. Ele é resultado de viradas pesadas, decisões políticas que mudaram rota e crises que deixaram cicatriz. Pra montar o mapa completo, juntei análises de historiadores, cientistas políticos e economistas que enxergam esse caminho com lupa. Se prepara, porque aqui o mergulho é fundo.
1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Era o start de um novo jogo político
No dia 15 de novembro, o marechal Deodoro da Fonseca derrubou o Império com apoio de setores militares e civis que já estavam de saco cheio da estrutura monárquica.
Segundo a historiadora Lilia Schwarcz, a Proclamação foi “uma troca de elite por outra, não uma revolução popular”. Zero participação do povo. Zero debate nacional. Um regime novo nascendo sem base social sólida.
PONTOS CHAVE:
- Exército assume protagonismo
- Dom Pedro II vai pro exílio
- Início de uma República sem cara definida
- Instabilidade administrativa
A real: o Brasil virou República sem ter ideia do que isso significava na prática.
1890–1930: REPÚBLICA VELHA
O domínio das oligarquias e o país que crescia torto
Era o Brasil do voto controlado, coronelismo e arregos políticos. A famosa política do café com leite dava as cartas.
O cientista político José Murilo de Carvalho define essa fase como “uma República excludente, criada para poucos”.
Mesmo assim, rolaram mudanças pesadas:
- industrialização inicial
- urbanização acelerada
- imigração europeia
- expansão ferroviária
Mas isso tudo rolava ao mesmo tempo que o país era extremamente desigual, analfabeto e rural.
Resumo na lata: modernização sem democratização.
1930–1945: ERA VARGAS
Centralização, modernização e autoritarismo
Getúlio Vargas chega ao poder após crise eleitoral e costura política.
A historiadora Heloisa Starling explica que Vargas “reinventou o Estado brasileiro”, criando estrutura de trabalho, comunicação e indústria.
O que marcou:
- CLT
- Ministério do Trabalho
- Rádio virando ferramenta política
- Expansão da indústria pesada (siderurgia, energia, transportes)
- Estado Novo em 1937 (ditadura explícita)
Vargas foi divisor de águas. Crítico? Sim. Determinante? Total.
1946–1964: DEMOCRACIA EM MODO INSTÁVEL (ATÉ DEMAIS...)
Um país que tentava andar para frente tropeçando no próprio eixo
A queda do Estado Novo reabre um ciclo democrático.
JK com seu “50 anos em 5” puxa desenvolvimento, mete Brasília no mapa e transforma o país num canteiro de obras.
Mas era tudo numa corda bamba:
- polarização econômica
- pressão dos EUA na Guerra Fria
- inflação pegando
- movimentos sociais crescendo
- renúncia de Jânio
- crise com João Goulart
Segundo o cientista político Luiz Felipe Pondé, “o Brasil era moderno no discurso, mas frágil na estrutura”.
1964–1985: DITADURA MILITAR
Censura, repressão e crescimento com prazo de validade
O golpe militar derruba Goulart.
Instituições são suspensas. Liberdades evaporam. Vem AI-5. Vem censura. Vem tortura.
O economista Edmar Bacha explica: “O milagre econômico foi um foguete sem combustível suficiente. Subiu rápido, caiu mais rápido ainda”.
Crescimento bombou entre 1968 e 1973, mas sem distribuição. Em 1980, a crise da dívida engoliu o país.
O saldo foi pesado:
- desigualdade aumentou
- dívida externa explodiu
- imprensa silenciada
- sistema político desfigurado
1985–1988: REDEMOCRATIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO INSTITUCIONAL
A volta da voz do povo
Sarney assume, eleições diretas voltam, e a Constituinte entra em cena.
A Constituição de 1988 vira o “marco zero” da democracia moderna.
Para o jurista Paulo Bonavides, ela é “a carta que dá alma ao Brasil democrático”.
Ela trouxe:
- SUS
- ampliação de direitos sociais
- Ministério Público forte
- proteção às minorias
- voto direto e obrigatório
Era a base para um país mais justo, pelo menos no papel.
1990–2000: ESTABILIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO
O Brasil entra no mundo de verdade
Os anos 90 foram turbulentos, com inflação absurda e políticas econômicas ousadas.
O Plano Real em 1994, de acordo com o economista Gustavo Franco, “é o maior acerto macroeconômico da história brasileira”.
A estabilização abriu portas:
- internet chegando
- privatizações
- telecomunicações modernizadas
- aumento de investimentos estrangeiros
Mas também trouxe:
- desemprego urbano
- desigualdade persistente
- dependência externa crescente
2000–2014: CRESCIMENTO, INCLUSÃO E GRANDES EVENTOS
Quando o Brasil achou que ia virar potência
Foi o período do boom econômico, do acesso ao consumo e da maior redução de pobreza da história.
Especialistas como Marcelo Neri mostram que milhões subiram de renda, educação expandiu, e programas sociais tiveram impacto real.
Destaques:
- Pré-sal
- BRICS
- Universidades públicas lotando
- Minha Casa Minha Vida
- Copa 2014 e Olimpíadas 2016
- crédito fácil
- otimismo em alta
Parecia o Brasil do “deixa comigo”.
2014–2022: COLAPSO POLÍTICO, CRISE ECONÔMICA E POLARIZAÇÃO TOTAL
O país entra no modo guerra interna
Foi o período mais tenso desde a ditadura.
Segundo a cientista política Mônica de Bolle, “o Brasil viveu vários colapsos ao mesmo tempo: institucional, econômico e de confiança”.
O que marcou:
- crise econômica profunda
- impeachment de Dilma
- Lava Jato
- redes sociais virando campo de batalha
- polarização extrema
- perda de credibilidade internacional
Tudo isso cortou o país no meio.
2023–2025: RECONSTRUÇÃO LENTA E BATALHAS MODERNAS
Um Brasil tentando voltar ao eixo
O país chega a 2025 numa vibe de “calma, respira”.
Especialistas como Gabriela Lotta destacam que o Brasil tenta reequilibrar políticas públicas, reforçar instituições e diminuir ruídos políticos.
DESAFIOS PESADOS AINDA NA MESA:
- desigualdade persistente
- clima ficando cada vez mais crítico
- pressão global
- avanço da inteligência artificial
- digitalização acelerada
- educação defasada
- violência em níveis preocupantes
AO MESMO TEMPO, O BRASIL TEM:
- economia mais estável
- retomada de investimentos
- cenário internacional um pouco mais favorável
- aumento de participação política jovem
- inovação bombando em certas áreas
2025 é tipo um checkpoint. Não é fim. É recomeço.
POR QUE ESSA LINHA DO TEMPO IMPORTA?
Porque sem entender o caminho, ninguém entende o presente.
E especialistas concordam: a história do Brasil não é linear, é um mosaico de avanços intensos e quedas dolorosas.
Você tá vivendo o próximo bloco dessa história. E ele ainda tá sendo escrito.

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