Santos 1x0 Palmeiras: A Vila virou caldeirão, o Peixe virou o jogo da vida e o Verdão virou… freguês da rodada
Com um gol tardio, um clima de Libertadores sem Libertadores e um Palmeiras remendado tentando entender o que rolou, o Santos escapou do Z4 e largou o rival sem liderança, sem moral e sem explicação.
Por Carlos André | Ilha do Governador, RJ.
Publicada: 16/11/2025 | 01:20.
Coluna Minuto Esportivo > Santos x Palmeiras.
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| Santos vence no fim, respira no Brasileirão e derruba o Palmeiras da liderança – Divulgação/ Coluna Minuto Esportivo |
A Vila Belmiro acordou para o caos. Nem parecia sábado à noite, parecia final de Champions versão Praiana. A Rua Princesa Isabel virou um corredor de fumaça, grito, bandeirão gigante e torcedor já rouco antes do jogo começar. A recepção ao ônibus do Santos poderia muito bem ser inscrita no Guinness como “maior surto coletivo positivo do ano”.
O time entrou em campo no embalo da galera, enquanto o Palmeiras chegou com uma escalação que lembrava mais um mutirão do RH: desfalque por tudo que você conseguir imaginar, de convocação a mau agouro.
E antes que alguém respirasse, Neymar quase abriu o placar porque Micael resolveu dar aquela derrapada esperta. O Palmeiras respondeu com Mauricio obrigando Brazão a acordar de vez. O jogo já começou no modo frenético: correria, susto, festa, drama, caos. Básico.
O Santos insistia pelo lado direito como se tivesse achado um bug no mapa do jogo. Neymar sofria falta atrás de falta, Barreal tentava o chute impossível, Guilherme batia de longe achando que era treino de precisão. Até João Schmidt quase fez o dele de cabeça, mas, como todo torcedor do Peixe sabe, “quase” é o tempero da vida santista.
Do lado alviverde, todos pareciam tentar resolver no contra-ataque, mas a engrenagem não girava com a fluidez de outros dias. Veiga batia, a zaga santista devolvia, Flaco tentava, Brazão encaixava. Parecia luta de videogame sem barra de energia descendo.
A melhor chance do primeiro tempo veio no escanteio em que Zé Rafael testou e Khellven salvou o Palmeiras literalmente em cima da linha. A torcida do Santos já estava comemorando o gol e devolveu a frustração em formato de grito coletivo.
No segundo tempo, o Palmeiras resolveu apertar o botão do “agora vai”. Veiga achou Luighi, que fez Brazão trabalhar bonito. Valeu o esforço, mas o Peixe não estava afim de entregar nada de bandeja.
Aí Vojvoda chamou Robinho Jr., o menino mais aguardado da escalação, o crush da torcida, e botou o Lautaro junto. Robinho Jr. entrou jogando com Neymar como se fosse dia 1 de carreira no modo sonho. A Vila quase veio abaixo quando saiu o cruzamento rasteiro do camisa 10.
O jogo virou aquele festival de chances perdidas. Flaco quase marcou. Aníbal quase salvou o Palmeiras. Victor Hugo quase decidiu. O Palmeiras quase fez na sequência. Uma ópera dos “quases”.
A reta final virou novela turca. Brazão sentiu a mão, a torcida perdeu o ar, Vojvoda trocou metade da defesa e... aí veio a explosão.
Escobar cruza. Robinho Jr. ajeita. Rollheiser, o homem que saiu do banco com a missão “resolve aí”, dá um chute que parecia guardar todos os gritos presos da Vila. Gol. Gol daqueles que têm gosto de renascimento.
A Vila desabou. O Santos saiu do Z4. O Palmeiras saiu da liderança. E o Campeonato Brasileiro ganhou mais um capítulo estilo reality show: ninguém sabe nada, todo mundo acha tudo, e cada rodada é um episódio novo.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1x0 PALMEIRAS – 13ª rodada do Brasileirão
Gol: Rollheiser, aquele que salvou a noite e talvez o mês.
PÚBLICO: 14.651 pessoas que agora têm história pra contar até 2050.
RENDA: R$ 805.116,25 e uma alma devolvida à torcida.

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