Em entrevista exclusiva ao HDN, o jornalista Leandro Stoliar, da RecordTV, fala sobre a responsabilidade de substituir o Celso Freitas, eventualmente: "Substituir o Celso Freitas é um desafio e tanto. Por mais que já tenha apresentado outros jornais em outras emissoras, sentar na bancada de um jornal de rede nacional tão importante como o Jornal da Record dá um frio na barriga."

O Leandro Stoliar falou que vai escrever o seu segundo livro em 2022 e contou que queria ser dentista, quando era adolescente.

Leandro Stoliar, em uma das edições do Jornal da Record: 24H. Foto: Reprodução/ RecordTV.

Por: Carlos André Mamedes da Silva.

Nesta segunda-feira (15), a equipe do Blog Hora da Notícia entrevistou, com exclusividade, o jornalista e apresentador eventual do Jornal da Record, Leandro Stoliar. O nosso entrevistado de hoje falou sobre a responsabilidade de substituir Celso Freitas que, é um dos maiores jornalistas que temos atualmente, no Brasil; falou sobre o seu casamento na Pandemia de Covid-19 e deu um recado para quem sonha em trabalhar com o jornalista.

Veja abaixo, na íntegra, o nosso bate-papo.

1 - Você sempre quis ser jornalista? Como você descobriu que tinha vocação para essa carreira?

Quando era adolescente, queria ser dentista. Nem passava pela cabeça que um dia estaria onde estou hoje, mas meus pais viram em mim uma pessoa muito comunicativa e que escrevia muito bem. Era tão natural pra mim que nunca associei isso a um diferencial. Na época, cheguei a passar em segundo lugar no vestibular de odontologia para uma universidade no Rio de Janeiro. Dá para acreditar? Mas o alerta dos meus pais me fez mudar de ideia e deu certo. É importante que os pais tenham essa visão sobre os filhos. É um trabalho de observação. Eles só querem o melhor para nós. Sinto que nasci jornalista, porque adoro comunicação. Só não havia percebido isso antes... Já são 21 anos nessa profissão e não me vejo fazendo outra coisa.

2 - Já passou por outras emissoras, antes de começar a trabalhar na RecordTV? Como surgiu o convite para trabalhar na emissora?

Comecei a carreira no SBT do Rio de Janeiro como estagiário na produção e, depois, como repórter do jornal local. Passei por outras emissoras no Rio como Rede TV, TV Brasil, Band e TV Globo e suas afiliadas. Eu já havia sido convidado para trabalhar na Record quando ainda era repórter do SBT, mas não rolou por questões financeiras. Anos depois, quando já era editor-chefe e apresentador de uma afiliada da TV Globo no Espírito Santo, decidi aceitar o convite.

3 - Teve alguma cobertura que te marcou profissionalmente? Qual foi ela? Por quê?

Muitas coberturas me marcaram muito, como o terremoto na Itália e a queda do avião da Chapecoense na Colômbia, por exemplo. Foi ainda mais difícil cobrir a tragédia porque perdi três amigos naquele avião... Mas a mais marcante foi a série "A Caixa-Preta do BNDES" em 2017, quando fui preso pela ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela. A reportagem deu origem ao meu livro "Dossiê Venezuela", que conta os bastidores da prisão.

4 - Você apresentou o Jornal da Record, ao lado de Chris Lemos, como foi a experiência? Você acha que isso te fez crescer profissionalmente?

Com certeza são essas experiências que trazem maturidade profissional. Substituir o Celso Freitas é um desafio e tanto. Por mais que já tenha apresentado outros jornais em outras emissoras, sentar na bancada de um jornal de rede nacional tão importante como o Jornal da Record dá um frio na barriga. Apresentar um jornal que já teve grandes nomes é mais do que tentar manter o mesmo padrão deles, é também representar uma equipe imensa que se doa, que trabalha duro, que corre atrás da notícia para trazer informação de qualidade. Isso é uma tremenda responsabilidade.

5 - Visa alçar voos maiores? Pode adiantar algum dos seus planos para 2022?

Eu vivo fazendo planos. Alguns eu até consigo concretizar (rs). Me sinto uma pessoa com sorte. Acho que uma vida sem sonhos é uma vida vazia... Temos sempre que pensar que é possível ir além, mas sempre guardo meus desejos mais desafiadores para mim porque acredito que quando você anuncia vira obrigação e perde o encanto. Mas já adianto que vou começar a escrever meu segundo livro em 2022. Isso é um fato.

6 - Você é cronista do Portal R7, o que te fez escrever para o R7?

Minha paixão pela escrita. Isso começou muito cedo. Quando era criança, competia com os amigos da escola para saber quem escrevia mais rápido. Ganhava quem terminasse de copiar a matéria primeiro. Por causa disso, cheguei a ficar com calos nos dedos! Coisa de criança... Mas essa "disputa" infantil me fez um viciado em escrever. Cheguei a treinar em casa, acredita? Depois, passei a querer aprender a escrever melhor e cresci com essa paixão. Levei muito tempo para tomar coragem, mas depois que escrevi meu primeiro livro não quero mais parar. Depois de mais de 20 anos contando histórias, você passa a refletir sobre o mundo e decidi compartilhar essas reflexões em forma de crônicas. Acredito que um texto leve e descontraído pode incentivar o leitor a pensar e não apenas a ler as notícias.

7 - Você já fez alguma reportagem que você não gostou de fazer? Por quê?

Odeio fazer reportagem na chuva. Acho que a maioria dos repórteres não gosta porque é difícil transitar, conseguir entrevistas, gravar... Mas "quem está na chuva é para se molhar", não é mesmo?!(rs). Faz parte da profissão.

8 - Quais são referências nesse ramo do jornalismo? Já teve a oportunidade de conhecer alguém que faz parte das suas referências?

Eu sempre tive muitas referências. Não gosto de seguir os passos de apenas um ou outro jornalista. Acredito que quando você tem apenas um único exemplo, se torna muito parecido com ele. Tento me espelhar naquilo que acho bom e busco fazer diferente sem perder qualidade. Sempre tento ir além, fazer da minha maneira. Acho que essa é a melhor forma de encontrar naturalidade na comunicação. Mas já trabalhei e trabalho com jornalistas que admiro como Celso Freitas, Carlos Dorneles, Marcos Uchôa e por aí vai.

9 - Você está casado há quanto tempo? Como ficou o casamento com a Pandemia de Covid-19?

Esse ano completamos 10 anos de casados, mas já moramos juntos há mais tempo. São 14 anos de relação até agora. Lívia e eu somos um casal normal que briga, discute, discorda e chega a um acordo. Uma relação é um acordo constante. Acredito que o segredo do casamento é o diálogo, o equilíbrio e o respeito. Na pandemia, sentimos muito a necessidade de encontrar esse equilíbrio. Apesar de não termos parado de trabalhar, nunca havíamos ficado tanto tempo trancados em casa sozinhos. É um desafio para qualquer casal. Somos amigos e isso faz toda a diferença.

10 - Você é sobrinho-neto do Silvio Santos, como é ter um tio que é referência para tantas pessoas que querem apresentar programas de auditório?

Muita gente confunde meu parentesco com o Silvio. Na verdade minha mãe é concunhada do SS, ou seja, os irmãos deles foram casados a vida inteira e sempre serão meus tios. É confuso mesmo... Mas não dá pra negar que ele é uma referência no Brasil quando se fala em TV. É uma lenda. Afinal, quem não cresceu vendo o Silvio Santos na televisão? Como sempre fazem esse vínculo entre nós, fico muito feliz por ter construído minha carreira fora do SBT. Mas é importante separar as coisas: Ele é o gênio do entretenimento. Eu sou só um curioso do jornalismo.

11 - Qual seria o seu conselho para aqueles que querem seguir a carreira jornalística?

O jornalismo é um sacerdócio. Para ser bom, tem que ser feito com paixão. Não pensem em dinheiro, fama ou glamour. No fim, são só falsas expectativas que levam o jornalista para o caminho errado... Quem embarca nessa jornada precisa saber que jornalismo é um compromisso com a sua própria credibilidade. Quando se quebra esse pacto, é um tiro no pé.

Queria agradecer ao jornalista que concedeu essa entrevista e a assessoria da vice-presidência de jornalismo da RecordTV. Muito obrigado.

Assinado por: Equipe Blog Hora da Notícia.

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