Astro alemão dispara: "Na pandemia, quem quis se dopar teve o trabalho facilitado".

Favoritíssimo ao ouro no lançamento do dardo, Vetter critica sistema antidoping e diz que fez cobrança ao presidente do COI, Thomas Bach, por mais rigor.

O Alemão Johannes Vetter, de 28 anos de idade, é favorito no ouro em atletismo.

O alemão Johannes Vetter, de 28 anos, está incomodado às vésperas do evento que deve consagrá-lo entre os maiores do esporte. Um dos astros do atletismo das Olimpíadas de Tóquio, cuja abertura será realizada na próxima sexta-feira, ele é favoritíssimo à medalha de ouro no lançamento do dardo e a quebrar um recorde mundial que já dura mais de um quarto de século - a marca a ser batida, de 98,48m, pertence ao tcheco Jan Zelezny desde 1996.

Vetter tem vários predicados para acreditar nas duas façanhas. Campeão mundial em 2017 e bronze em 2019, cravou na temporada de 2020 o segundo maior lançamento da história, com 97,76m. Existe uma chance real de estabelecer um novo primado e honrar a tatuagem que exibe às costas, de um lançador da Grécia antiga. Mas, desde o início da pandemia do novo coronavírus, Vetter notou uma diminuição significativa do número de testes antidoping que realizou. Em 2020, as habituais 25 ou 30 coletas que fazia em uma temporada caíram para menos de 15. Os oficiais de controle de dopagem que batiam à sua porta sumiram. Ouviu de colegas de atletismo a mesma reclamação.

- A situação toda está muito difícil de gerenciar. Soube de vários atletas que disseram ter sintomas de Covid para dispensar o oficial de controle [que faz a coleta das amostras de urina e sangue]. Pelo protocolo, nesses casos o oficial simplesmente tinha de ir embora. Eu sou 100% limpo, nunca diria algo assim para um oficial nem jamais mentiria para um oficial dizendo que estou tossindo ou com febre. Mas, ainda assim, eu tive menos controles de doping do que em anos anteriores - disse.

E também começou a escutar relatos de atletas de todo o mundo - ele não cita nomes - que escapavam dos testes obrigatórios usando a Covid-19 como pretexto.

Vetter teme que essa circunstância inédita causada pela pandemia abra oportunidade para que atletas trapaceiros possam se beneficiar e lucrar nas Olimpíadas de Tóquio.

- Não quero falar mal de outras nações, até porque não sei como os sistemas delas funcionam 100%. Mas eu tenho certeza de que os atletas que querem se dopar, que são sujos, sempre acham um jeito de burlar o sistema. E em 2020 e até agora em 2021 o trabalho deles foi muito facilitado - disparou.

Até por isso, ele não se comove com os diversos recordes mundiais que foram batidos no atletismo desde janeiro - foram mais de dez novas marcas.


- É um ano olímpico e todos os atletas estão motivados e de olho nesse grande prêmio que são os Jogos Olímpicos. Eu quero acreditar que todos têm treinado muito para conseguir bons resultados, mas não podemos esquecer que muitos testes antidoping foram cancelados por causa da pandemia. Para mim, é preciso considerar isso - complementou.

O lançador valeu-se do fato de ser alemão para conversar com o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, que é seu compatriota. Vetter afirmou que pediu ao dirigente mais zelo com o antidoping na reta final e durante os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Recebeu de volta o compromisso de que o número de testes aumentaria consideravelmente quando faltassem dois meses para o evento.

- Ele se comprometeu a promover Olimpíadas limpas. Disse que haveria mais testes de seis a oito semanas antes dos Jogos. Mas isso não faz sentido para mim, porque os atletas que se dopam de maneira profissional começam muito mais cedo. Talvez tenham tomado um monte de coisas durante a preparação e aí se limparam oito semanas antes dos Jogos. É assim que funciona - lamentou.

Vetter disputará as eliminatórias do lançamento do dardo no dia 4 de agosto pela manhã (horário de Tóquio). Se avançar, tentará sua primeira medalha olímpica no dia 7.

O brasileiro Fernando Reis, do levantamento de peso, foi flagrado no exame antidoping às vésperas das Olimpíadas. O atleta, um dos favoritos a medalha no levantamento de peso nos Jogos, embarcaria para o Japão na próxima semana. A confederação nacional da modalidade, em nota oficial, confirmou a suspensão provisória de Fernando após testar positivo para hormônio do crescimento, em exame feito no dia 11 de junho.

Fonte: Portal R7/ R7 Esporte.
Tóquio 2020.
Equipe do Blog Escritor e Jornalista Carlos André.

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