Tóquio 2020 é a celebração do dia que o mundo temeu não chegar.

Covid-19 se juntou às guerras mundiais como maiores inimiga dos Jogos Olímpicos, que comemoram 32ª edição a partir desta sexta.

Nível de aceitação de Tóquio 2020 foi inversamente proporcional ao número de casos da Covid-19.

O dia que o mundo temeu não chegar finalmente raiou na terra do sol nascente. A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 acontece a partir das 8h (de Brasília) desta sexta-feira (23), bastante castigada pela pandemia do novo coronavírus, mas consciente da sua representatividade para a população, em geral, ainda trancada em isolamento.

Mesmo que sem a presença do público no Estádio Olímpico, existe a confiança de que o evento possa ser seguro com relação aos casos de covid-19. A ideia de “risco zero”, dita pelo próprio presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, de tão criticada foi diminuída para “mínimo possível de casos”.

Desde antes mesmo do desembarque na capital japonesa, Bach já vinha sendo atacado pela insistência na organização da 32ª edição dos Jogos Olímpicos. Do adiamento, há um ano, para cá, os níveis de aceitação do evento oscilaram entre a população, de maneira inversamente proporcional aos números de casos de Covid-19.

Estádio Olímpico de Tóquio 2020, não terá presença de público, na Cerimônia de Abertura, nesta sexta-feira (23).

Na semana do evento, os contaminados estiveram sempre acima de mil casos, sendo quase 200 mil mortos na região metropolitana da capital japonesa. Até a véspera da Cerimônia de abertura, o comitê local contabilizou 75 casos (seis atletas, 18 membros de comitês, cinco jornalistas, três empregados de Tóquio, 42 terceirizados e um voluntário).

“Nos últimos 15 meses, tomamos decisões diárias em bases muito incertas. Foram dias e dias de dúvida. Nós deliberamos e discutimos muito. Foram noites sem dormir e, como todo mundo, nós não sabíamos o que o futuro nos reservava”, disse Bach, em entrevista coletiva, na capital japonesa.

Guerras e covid-19

Os Jogos Olímpicos foram cancelados apenas em três oportunidades: em 1916, 1940 e 1944, quando o mundo vivia as guerras mundiais. O inimigo, desta vez, é outro. Invisível, o coronavírus viajou na velocidade da tecnologia dos dias atuais e, desde dezembro de 2019, já provocou mais 4,11 milhões de mortes.

Nesses dois contextos de reconstrução do mundo, as Olimpíadas de Tóquio estão inseridas. Em 1964, era preciso se reinventar após a Segunda Guerra Mundial, na primeira edição asiática do evento. Naquela oportunidade, os japoneses apresentaram inovações tecnológicas que atravessaram as fronteiras rumo ao ocidente.

Desta vez, não há nada tão high-tech que possa impedir a disseminação do coronavírus. A certeza está na imunização da comunidade olímpica pela vacinação (algo não obrigatório para a entrada no país) e em protocolos rígidos de segurança, mas que apresenta lá suas falhas.

E por mais que a Olimpíada enfrente sua resistência, fica no ar a sensação que os 57 anos de espera entre uma edição e outra demoraram mais para passar que o um ano de adiamento. Por isso, a delegação brasileira faz de tudo para se sentir protegida e, ao com isso, não perder o foco nas competições.

Ao todo, serão 301 atletas, de 35 modalidades, sendo 18 campeões e 31 medalhistas olímpicos, na maior delegação do Brasil em uma Olimpíada fora do país.

“É importante a gente não esquecer o objetivo que a gente veio cobrir aqui. Uma das preocupações aqui, claro, é a chegada das equipes. Representar bem o Brasil nas competições”, disse Jorge Bichara, sub-chefe de missão do Time Brasil em Tóquio.

Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 começam nesta sexta e vão até 8 de agosto. Mais do que a briga por medalhas, o evento significará uma prova de que a vida não pode ser derrotada, como disse o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom.

“Nos 125 anos de história dos Jogos, eles nunca foram organizados sob a sombra de uma pandemia. Esta pandemia os adiou, mas não os derrotou”, disse.

Fonte: Portal R7.
Equipe Blog Escritor e Jornalista Carlos André em Tóquio 2020.

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