Frio e turismo de neve desafiam medidas contra a Covid-19 no Sul do Brasil.
Inverno rigoroso prejudica cumprimento de protocolos sanitários, como privilegiar lugares abertos e manter espaços ventilados.
Amanhecer com nevoeiro em Sant'Ana do Livramento, na manhã desta sexta-feira (02). |
A passagem de junho para julho foi de recordes de temperaturas negativas no sul do país, com registro de neve e chuva congelada. Além da dificuldade de lidar com o frio, a chegada do inverno mais rigoroso desafia o cumprimento de protocolos anticovid, como privilegiar lugares abertos e manter os espaços ventilados.
Em Santa Catarina, surgiu até um paradoxo: enquanto aulas presenciais foram suspensas em pelo menos 20 cidades do interior do estado, para evitar o espalhamento do novo coronavírus, a rede hoteleira da região tem ocupação superior a 90%, com visitantes de todo o Brasil.
A procura por turistas não é restrita aos municípios do chamado “quadrilátero da neve”: Urubici, Urupema, São Joaquim e Bom Jardim da Serra. Segundo Ana Vieira, turismóloga da Associação dos Municípios da Região Serrana, a chegada de visitantes se espalha também aos municípios do entorno, como Bom Retiro, Rio Rufino, Bocaina e até o município de Lages.
“Muitas pessoas vêm até a Serra para se hospedar em hotéis da região e essa é uma condição que mudou do ano passado para cá. Já tínhamos visto desde o final de semana do Dia dos Namorados”, contou ela.
O secretário da Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, destaca a necessidade de bom senso e vê falta de engajamento de parte da população. “Estamos há 15 meses e 18 dias nessa pandemia e tem gente que insiste em não cumprir regras. E não é só no turismo, é em todos os segmentos. Só espero que a população cumpra o que é determinado pois nós estamos fazendo o que é certo”, aponta ele, que minimiza o contraste entre o cenário dos hotéis e das escolas.
Conforme o boletim epidemiológico de quinta-feira (1º), a região da Serra Catarinense é a que proporcionalmente tem a maior quantidade de casos ativos: 416 para cada 100 mil habitantes.
Sobre os impactos da estação no cenário da doença no estado, Motta lembra que a força com que o inverno adentrou, na última semana, potencializa as chamadas doenças de inverno, que são consideradas similares ao coronavírus. "Estamos fomentando a fiscalização junto com os municípios e o que está ao nosso alcance estamos fazendo."
Em junho, o Observatório Covid-19 da Fiocruz apontou para o risco de agravamento da pandemia e da alta de outras doenças respiratórias com a chegada do inverno. Embora o país tenha registrado tendência de queda nas mortes pelo novo coronavírus nas últimas semanas, a média de vítimas continua elevada, acima de 1,5 mil por dia.
Fontes: Portal R7.
Estadão.
Equipe Carlos André Jornalismo.
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