Calor faz país bater recorde de consumo de energia pelo segundo dia seguido.

A demanda de carga chegou a 101.123 MW, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Onda de Calor no Brasil: Cobertura Completa - Carlos André e Juliana Freitas dos Santos.
14/11/2023 - 18:40.
Crianças e adolescentes se refrescam na fonte do Museu do Ipiranga. (Reprodução/ Estadão).

A demanda de energia elétrica bateu um novo recorde nesta terça-feira (14). Às 14h34, a demanda de carga do SIN (Sistema Interligado Nacional) chegou a 101.123 MW, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Nesta segunda (13), devido à onda de calor que atinge as regiões Sudeste e Centro-Oeste, o país já havia ultrapassado sua marca história, ao bater 100.955 MW.

A estimativa é de um aumento de 15,6% no consumo energético ao longo do mês. No Sudeste e no Centro-Oeste, a carga também bateu um novo recorde, de 61.236 MW, maior que o desta segunda-feira, quando a demanda alcançou 60.735 MW. A maior marca até então para o subsistema era de 57.791 MW, registrada às 14h30 de 26 de setembro de 2023.

Segundo o Operador, foi a primeira vez na história do sistema interligado que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano.

“A principal razão para esse comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil”, disse o órgão em nota à imprensa.

Em todo o dia, nesta segunda-feira, a carga do país ficou em 89.021 MW, em média — alta de 16% em relação ao domingo (dia em que normalmente a demanda é menor). No domingo da semana anterior, no entanto, a demanda havia sido de 76.194 MW médios, 14% menor que a registrada nesta segunda.

No Sudeste e no Centro-Oeste, a diferença de demanda em uma semana foi superior a 10 mil MW, em média, enquanto na segunda-feira a carga ficou em 52.563 MW médios (no mesmo dia da semana anterior, tinha sido de 42.515 MW médios).

“Com o aumento das temperaturas, os aparelhos de refrigeração consomem mais energia para entregar a mesma eficiência, o que, por sua vez, reflete na elevação do valor da conta de energia. No calor, geladeira, freezer e ar-condicionado, por exemplo, são aparelhos que exigem mais para rejeitar o calor do ambiente e atingir a temperatura interna programada”, explica o gestor da EDP, Adilson Herzog.

Geração

No momento em que foi registrado o recorde, 61,1% do atendimento à carga era feito por meio de geração hidrelétrica, com 61.649 MW. A geração térmica era responsável por 10,5%, com 10.628 MW. A fonte eólica gerava 9.284 MW, o correspondente a 9,2% da carga instantânea.

Da fonte solar, 8.505 MW eram provenientes de usinas de grande porte (geração centralizada), com 8,4%, enquanto outros 10.898 MW, ou 10,8%, eram gerados por pequenos sistemas, mais conhecidos como micro e minigeração distribuída (GD).

Como economizar energia

A onda de calor pode impactar, além do bem-estar, os gastos da população com energia, em razão do uso intenso de eletrodomésticos para maior refrigeração. O presidente da Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia), Bruno Herbert, avalia que a tendência é de maior uso de aparelhos como ar-condicionado e ventiladores, por isso é importante redobrar a atenção à questão do consumo.

Uma alternativa para não agravar a situação é a adoção de medidas de eficiência energética que priorizem o uso inteligente de energia.

“Essa é, inclusive, uma oportunidade para que as pessoas possam ter mais interesse na educação para a eficiência energética”, destaca o especialista. A seguir, veja as orientações para não aumentar ainda mais a conta de luz.

Stand by (modo de espera) — manter na tomada os eletroeletrônicos pouco utilizados aumenta o consumo de energia elétrica da residência. O especialista recomenda que o consumidor desligue equipamentos que não são de uso essencial para reduzir o impacto que eles provocam na conta. “Isso vale para qualquer eletrodoméstico, desde a cafeteira até a televisão. Se você vai viajar ou ficar um tempo prolongado fora de casa, é ainda mais importante desligar esses aparelhos”, afirma.

Chuveiro — manter a potência em inverno (quente) faz com que o consumo seja 30% superior que na temperatura morna (verão). O executivo ressalta que o chuveiro é um dos maiores vilões da casa, e diminuir o tempo no banho também contribui para a redução do valor da conta. “Criar um tempo-limite é interessante, porque, nesse caso, além da energia elétrica, há também uma economia no consumo da água. Escolher um modelo de chuveiro eficiente também ajuda”, explica o presidente da Abesco.

 • Geladeira e freezer — abrir e fechar a porta da geladeira ou do congelador toda hora, não verificar periodicamente se a borracha da porta está adequada, não atentar à regulação de temperatura e usar a parte de trás do aparelho para secar panos de prato e roupas são atitudes que prejudicam o desempenho dos equipamentos. “Isso pode fazer com que os aparelhos consumam mais energia para realizar o trabalho de refrigeração. No site da Aneel, é possível conferir dados que mostram o consumo médio de uma geladeira nova e avaliar se é chegada a hora de comprar um modelo mais eficiente”, diz o especialista.

Lâmpadas — 75% do gasto na conta de luz pode ser atribuído ao uso de lâmpadas incandescentes. O ideal, segundo Bruno Herbert, é substitui-las por LED ou fluorescentes e também aproveitar a iluminação natural durante o dia, evitando manter as luzes acesas sem necessidade. “Além de serem mais modernas e durarem mais, o consumo dessas lâmpadas é mais eficiente: elas gastam entre 60% e 80% menos energia que as incandescentes”, destaca.

Ar-condicionado — comprar um equipamento que não tenha o selo Procel, não fechar portas e janelas ao acionar o aparelho e esquecer a limpeza dos filtros são problemas que podem trazer um aumento significativo na conta ao longo de um ano. O presidente da Abesco recomenda que o consumidor mantenha o ar-condicionado ligado em uma temperatura equilibrada, evitando que o sistema tenha de trabalhar com mais força para refrigerar o ambiente. “No verão, o ar-condicionado pode representar um terço da conta de energia de uma residência”, detalha.

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