Discussão entre Alemanha, França, Rússia e Ucrânia sobre a crise no leste ucraniano voltarão em março.

Representantes dos países se reuniram na última quinta-feira (10), em Berlim, por cerca de nove horas e meia.

Membro das forças armadas ucranianas em posição de combate na região de Donetsk. (Foto: Reuters/ Divulgação).

Internacional | Por Carlos André Mamedes da Silva, do Portal Hora da Notícia.
11/02/2022 - 13:45 (Atualizada em 10/02/2022 - 13:55).

Os representantes da Alemanha, Rússia, Ucrânia e França concordaram em voltar a se reunir em março para tratar da crise ucraniana, após um primeiro encontro com discussões "difíceis" - anunciou o governo alemão nesta sexta-feira (11).

Seus delegados se reuniram na última quinta-feira (10), em Berlim, por cerca de nove horas e meia.

"Estas discussões foram difíceis e permitiram destacar as diferentes posições e as diferentes opções para uma solução", disseram fontes da diplomacia da Alemanha e da França.

Na avaliação de Moscou, elas não levaram a resultados. "Todos fomos testemunhas de que a reunião dos conselheiros políticos sob o formato 'Normandia' não levou a resultado algum", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira (11).

Segundo o porta-voz, os representantes foram "incapazes" de fazer a "mesma leitura do mesmo texto", em uma referência aos acordos de paz de Minsk firmados em 2015 e que buscam pôr fim ao conflito no leste da Ucrânia. Conforme a ONU, já são mais de 13 mil mortos em oito anos de combates.

"Infelizmente, a parte ucraniana faz o que quer que seja para não cumprir os compromissos estabelecidos nestes acordos", criticou Peskov.

Na quinta-feira à noite, o negociador ucraniano, Andriy Yermak, já havia reconhecido a ausência de convergência entre as partes.

"Não conseguimos chegar a um acordo para um documento comum", declarou Yermak, ressaltando, no entanto, que continuarão trabalhando.

"Todo mundo tem vontade de obter um resultado", afirmou. "Todos expressaram sua fidelidade absoluta ao cessar-fogo, independentemente das condições. Isso é muito importante", destacou Yermak.

Este encontro aconteceu em meio às crescentes tensões com a Rússia, acusada por países ocidentais de instalar tropas na fronteira com a Ucrânia, visando a uma nova operação contra o país vizinho.

A Rússia nega as acusações e garante que está apenas buscando garantias para sua segurança e para impedir que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) continue se expandindo em direção às suas fronteiras.

Esse formato de mediação entre Rússia e Ucrânia administrado por Alemanha e França levou aos acordos de Minsk. Kiev e Moscou se acusam mutuamente de violarem o pacto.

Após uma pausa de vários meses, o diálogo entre estes países foi relançado em Paris no final de janeiro, no âmbito dos esforços diplomáticos para conseguir uma desescalada da crise na Ucrânia.

Os quatro países vão-se reunir em março, após um encontro entre Rússia, Ucrânia e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), instância conhecida como Grupo de Contato Trilateral.

Desde 2014, os quatro países formam um grupo de diálogo conhecido como o formato da "Normandia", dedicado ao processo de paz no leste da Ucrânia.

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