Alemanha barrou assédio do Brasil e terá o próprio Oscar em duelo no basquete das Olimpíadas

CBB tentou repatriar o ala-pivô Oscar da Silva, filho de pai brasileiro e que defende a seleção alemã em Paris.

Conexão Paris - por Carlos André e Enzo Gabriel.
Publicado em 30 de julho de 2024 às 07:05.
Filho de brasileiro e com carreira universitária nos EUA, Alemanha tem um Oscar para chamar de seu. (Reprodução/ Conexão Paris).

O nome Oscar nas quadras de basquete naturalmente se direciona para o Brasil, país que contou por décadas com o talento de Oscar Schmidt por cinco Olimpíadas. Entretanto, nesta terça-feira, a partir das 16h (de Brasília), o xará do "Mão Santa" estará do outro lado da quadra, defendendo a Alemanha contra a seleção brasileira no duelo pelo Grupo B do torneio masculino.

Nascido em Munique, Oscar da Silva é filho do ex-pugilista Valdemar da Silva e irmão de Tristan, ala de 23 anos draftado pelo Orlando Magic na NBA, e ficou no banco de reservas alemão na estreia com vitória sobre o Japão por 97 a 77.

Ala-pivô de 2,05 m da Alemanha em Paris, o jogador de 25 anos quase seguiu o caminho do xará lendário para defender a seleção brasileira, agora adversária em confronto importante no cenário olímpico da França.

Ainda adolescente, Oscar procurou a CBB em 2015 sob a gestão de Carlos Nunes. Com o técnico da escola, enviou um e-mail para a entidade com a manifestação do desejo de defender a seleção brasileira pela nacionalidade do pai.

A mensagem jamais foi respondida, e o germano-brasileiro começou a defender as seleções de base da Alemanha um ano depois. Em 2017, sob outra gestão, a confederação buscou atletas fora do Brasil com potencial para futuramente defender a seleção, e Oscar se tornou opção.

A conversa acelerou depois de o xará do “Mão Santa” atuar pelos alemães no Mundial sub-19 de 2017. Quando era um calouro na universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o ala-pivô passou a ser monitorado oficialmente pelos dirigentes brasileiros. Porém, não deu certo.

Em 2018, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) entrou em contato para convocar o ala-pivô para a janela de eliminatórias para a Copa do Mundo, porém parou na negativa dos alemães, como mostrou na época o “Café Belgrado”.

Oscar da Silva em ação pela seleção de base da Alemanha. (Arquivo pessoal/ Reprodução/ Conexão Paris). 

A federação alemã impôs um plano de carreira para Oscar da Silva, que ganhou espaço no cenário europeu ao atuar por clubes Alba Berlim e Barcelona, antes de se transferir neste mês para o Bayern de Munique, e cumpriu passo a passo o processo de evolução nas seleções de base da Alemanha.

Na seleção, Oscar da Silva estreou na equipe principal em agosto de 2023, mas ficou fora dos 12 finais que levaram a Alemanha até o título mundial, com direito a vitória sobre os Estados Unidos nas semifinais.

Agora, nas Olimpíadas, o ala-pivô filho de brasileiro ganha a primeira oportunidade em grande competição. Sem atuar na primeira rodada, a estreia pode ocorrer justamente com um dos países de origem, que tem um Oscar como grande referência no esporte da bola laranja.

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