Brasil nas Olimpíadas: dia tem tristeza no judô, vitória no vôlei e final no skate; veja resumo.
Confira os resultados dos brasileiros nas Olimpíadas de Paris nesta segunda-feira (29).
Conexão Paris - por Carlos André e Enzo Gabriel.
Publicado em 29 de julho de 2024 às 21:15.
A segunda-feira dos Jogos Olímpicos de Paris teve vitórias importantes e resultados decepcionantes para o Time Brasil. Na quadra, a equipe feminina de vôlei confirmou o favoritismo e passou com facilidade pelo Quênia na estreia. No saibro, Luiza Stefani e Bia Haddad avançaram no torneio de duplas femininas em sets diretos. Já Rafaela Silva perdeu a disputa pelo bronze no judô.
No Taiti, Filipe Toledo caiu nas oitavas de final, mas Gabriel Medina conseguiu a revanche contra Kanoa Igarashi e foi às quartas. Em bateria épica, João Chianca derrotou o marroquino Ramzi Boukhiam. No skate, Kelvin Hoefler foi à final e acabou em 6º lugar em evento de altíssimo nível técnico. Confira o resumo do dia dos brasileiros nas Olimpíadas.
Resumo do Brasil nas Olimpíadas em 29/07:
- Vôlei feminino: em sua estreia nos Jogos, a seleção feminina venceu com facilidade o Quênia por 3 sets a 0, parciais de 25-14, 25-13 e 25-12, em duelo pelo Grupo B;
- Skate: Kelvin Hoefler avançou à final do street masculino e terminou com a sexta posição; Giovanni Vianna e Felipe Gustavo pararam nas eliminatórias;
- Judô: Rafaela Silva perdeu a disputa pelo bronze contra a japonesa Haruka Funakubo na categoria até 57 kg; Daniel Cargnin acabou eliminado ainda na estreia por Akil Gjakov, de Kosovo;
- Surfe: Filipe Toledo perdeu para o japonês Reo Inaba e foi eliminado nas oitavas; Gabriel Medina superou Kanoa Igarashi, do Japão, e avançou; João Chianca venceu Ramzi Boukhiam, do Marrocos, e vai pegar Medina nas quartas;
- Boxe: Bia Ferreira venceu Jajaira Gonzalez, dos EUA, e avançou às quartas de final na categoria até 60 kg; Abner Teixeira foi derrotado na decisão dividida por Chala Congo, do Equador, e deu adeus na disputa acima dos 92 kg;
- Tênis: Bia Haddad deu adeus ao torneio de simples ao ser superada por anna Karolina Schmiedlova, da Eslovávia, por 2 a 0 (6-4 e 6-4); Bia Haddad e Luiza Stefani derrotaram Yuan e Zhang por 2 a 0 (6-4- e 6-4) e seguem na disputa por medalha; no masculino, Thiago Monteiro e Thiago Wild bateram Bublik e Nedovyesov por 2 a 0 (6-4 e 6-4) e avançaram;
- Tênis de mesa: Vitor Ishiy venceu Nicholas Lum por 4 a 0 e passou para a próxima fase do torneio de simples; Bruna Takahashi perdeu para Lily Zhang por 4 a 2 e acabou eliminada;
- Rugby: a seleção feminina perdeu para o Japão por 39 a 12, mas venceu Fiji por 28 a 22 e vai disputar o nono lugar contra as japonesas;
- Badminton: Juliana Viana bateu Lo Sin Yan Happy por 2 a 0 (21-19 e 21-14) e obteve a primeira vitória de uma brasileira em Olimpíadas;
- Esgrima: no florete individual, Guilherme Toldo perdeu na estreia para Ziwei Mo, da China, por 15 a 7 e acabou eliminado;
- Ciclismo mountain bike: Ulan Galinski chegou na 21ª primeira posição na prova do cross-country;
Medina consegue revanche e pega Chumbinho; Filipinho dá adeus
O dia do Brasil no mar do Taiti começou com a frustração de Filipe Toledo e teve na sequência a revanche de Gabriel Medina sobre o japonês Kanoa Igarashi, responsável por vencer o brasileiro em bateria polêmica na semifinal dos Jogos de Tóquio.
Medina abriu a bateria à vontade e se impôs para não dar qualquer margem para interpretação. A nota 9.90 no início da disputa deu conforto e permitiu ao tricampeão mundial controlar o confronto e assegurar a vaga nas quartas de final do surfe com sobras: 17.40 a 7.04.
Filipinho, por outro lado, teve uma bateria tumultuada. Além de o mar não estar nas melhores condições, o brasileiro quebrou a prancha e perdeu minutos preciosos com o jet-ski que o resgatou, atolado na barreira de corais. No fim, derrota para Reo Inaba por 6.00 a 2.46.
O dia masculino do Brasil fechou com uma bateria equilibradíssima entre João Chianca e o marroquino Ramzi Boukhiam, na qual o brasileiro levou a melhor na última onda surfada. Com 8.80 somados no fim, Chumbinho chegou a 18.10 e superou o africano, que ficou com o somatório de 17.80.
Estreia tranquila
Candidata à medalha, a equipe feminina de vôlei se impôs desde o primeiro ponto na estreia em Paris. Com facilidade e direito a rodagem do time por parte de José Roberto Guimarães, o Brasil fez 3 a 0 no Quênia, parciais de 25-14, 25-13 e 25-12, com destaque para os 16 pontos de bloqueio.
Ana Carol e Rosamaria foram as maiores pontuadoras da partida, com 13 pontos cada. A central Thaisa apareceu logo atrás com 11. Na defesa, Nyeme, Ana Cristina e Gabi terminaram com superior a 70% nas recepções.
O resultado positivo em sets diretos deixou o Brasil na liderança do Grupo B. Restam mais dois compromissos nesta primeira fase para o time assegurar vaga no mata-mata: Japão (quinta-feira, às 8h) e Polônia (domingo, às 16h).
– Se você me perguntar hoje quem eu acho que vai ganhar medalha de ouro, não saberia te dizer. Nós estamos no bolo, e isso é muito importante. Vai depender do momento – declarou o técnico Zé Roberto Guimarães.
Derrota no VAR
Rafaela Silva queria o bicampeonato olímpico, mas a derrota na semifinal para a sul-coreana Mimi Huh, atual campeã mundial, mudou a cor do sonho da medalha em Paris. Na disputa pelo bronze, a arbitragem de vídeo tirou o pódio da campeã no Rio-2016.
No golden score contra a japonesa Haruka Funakubo, Rafa Silva caiu com a cabeça no solo, em manobra considerada ilegal e passível de desclassificação desde 2022. No primeiro momento, a brasileira se mostrou surpresa, mas não contestou a marcação da arbitragem após consulta do VAR.
– Muito difícil. Eu queria a medalha. Eu trabalhei muito por essa medalha. Queria estar dando outra entrevista neste momento. Eu peço desculpa. Hoje eu não consegui, não consegui – disse a brasileira, emocionada, após perder a briga por medalha.
- Ouro: Christa Deguchi-CAN
- Prata: Mimi Huh-COR
- Bronze: Haruka Funakubo-JAP e Sarah Leonie-FRA
Sem medalhas no Skate Street Masculino.
O Brasil teve um representante na decisão do skate street masculino: Kelvin Hoefler, único a passar para a final de um dos principais eventos das Olimpíadas de Paris até o momento. Giovanni Vianna e Felipe Gustavo pararam nas semifinais.
Na decisão, Hoefler terminou com a sexta posição, longe da disputa direta por medalhas protagonizada por Yuto Horigome e Sora Shirai, do Japão, e Jagger Eaton e Nyjah Huston, dos Estados Unidos. O brasileiro colocou em dúvida a continuidade no circuito olímpico para Los Angeles-2028.
– Acredito que sim (muda decisão de não disputar Los Angeles se o formato for alterado), porque vai ser mais fácil. Não vai ser na pegada da nova geração, aprender duas manobras e ganhar...Eu e o Nyjah (skatista norte-americano)... A gente tem bagagem de manobra muito grande. A gente consegue encaixar várias – disse.
- Ouro: Yuto Horigone-JAP (281.14)
- Prata: Jagger Eaton-EUA (281.04)
- Bronze: Nyjah Huston-EUA (279.38)
Uma Luta da Medalha
Campeã mundial profissional, Bia Ferreira deu o primeiro passo na busca pela segunda medalha olímpica na categoria até 60 kg do boxe. Contra a Jajaira González, dos Estados Unidos, a brasileira venceu por decisão unânime e avançou para as quartas de final.
Pela frente, a pugilista brasileira vai encarar a holandesa Chelsey Heijnen. Se avançar, assegura no mínimo o bronze e pode ter a chance de revanche contra a irlandesa Kellie Harrington, algoz na decisão do ouro em Tóquio-2020.
– Eu sei que a gente vai se encontrar, acredito que ela passando pela adversária dela, esse confronto vai acontecer. Eu estou esperando por isso há três anos – declarou Bia Ferreira.
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